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17/02/2020 - Sistema de pagamentos instantâneos do BC vai se chamar ‘Pix’, diz Campos Neto

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Valor Econômico | Finanças - Por Talita Moreira

 

O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro vai se chamar “Pix”, disse na quarta-feira à noite o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos, em entrevista à Globonews. De acordo com ele, o nome havia sido escolhido ontem mesmo pelo órgão regulador, que planeja lançar o serviço no fim deste ano.

Campos Neto reiterou que o sistema permitirá transferências imediatas entre contas correntes com uso de QR Code.

Questionado se poderia falar mais sobre o assunto, o presidente do BC não deu mais detalhes e reconheceu o “spoiler”. “Já falei que vai chamar ‘Pix’, eu nem sei se podia”, afirmou.

O sistema vai ter nome, marca, identidade visual, conforme afirmou Carlos Eduardo Brandt, chefe-adjunto do departamento de operações bancárias e de pagamentos do BC, numa entrevista recente ao Valor.

O sistema de pagamentos instantâneos vem sendo discutido em um fórum específico organizado pelo BC com participação de agentes de mercado. Uma proposta de regulamentação ainda será submetida a consulta pública. Na próxima semana, haverá uma plenária desse grupo de trabalho.

O presidente do BC negou ainda que tenha havido uma divisão entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) nas discussões que levaram à decisão de baixar a taxa referencial de juros Selic de 4,5% para 4,25% em 5 de fevereiro.

Durante a entrevista à GloboNews, Campos foi questionado sobre comentários de agentes do sistema financeiro sobre um suposto racha entre os diretores do BC que compõem o Copom, que teria sido revelada na ata da última reunião do colegiado, divulgada na terça-feira. Teria faltado clareza no texto em relação às próximas decisões sobre juros, segundo análises do mercado.

Segundo ele, o fato de a decisão ter sido unânime pela baixa dos juros na última reunião comprova que não há racha, mas afirmou que a adoção de um modelo de ata mais “transparente” acaba por mostrar de forma mais clara o posicionamento de cada diretor e que “não há possibilidade de que todos os diretores do BC tenham sempre a mesma opinião”.

Para o dirigente do BC, também não houve grandes diferenças no conteúdo da última ata. “Ela está bem compatível com as anteriores”, afirmou ele.

Campos voltou a defender que o Brasil não passa por qualquer tipo de crise cambial e que o sistema de câmbio flutuante vem funcionando sem problemas, apesar de dólar estar renovando há cinco sessões seguidas cotações nominais recordes frente ao real.

“Diferentemente de outros tempos, hoje o dólar sobe e não impacta o risco-país, a curva de juros mais longa, não derruba a bolsa e nem contamina a inflação”, defendeu o presidente do BC.

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