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31/01/2020 - Presidente da Caixa defende IPO da Elo

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Valor Econômico | Finanças - Por Fabio Graner

 

A bandeira Elo, concorrente nacional da Visa e da Mastercard, pode passar por um processo de abertura de capital (IPO). O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, apresentou essa ideia na noite de segunda, em evento fechado de assinatura do início das operações da Caixa Cartões Holding, a nova subsidiária do banco estatal, que concentrará todo o processo relativo a cartões e pretende disputar o mercado de “maquininhas”.

“Em algum momento pode ser que haja uma abertura de capital da própria Elo”, disse Guimarães. Em entrevista ao Valor, ele ressaltou que ainda precisa tratar do assunto com os demais sócios da empresa: Banco do Brasil e Bradesco e, por isso, não se comprometeu com prazos.

“A partir do momento em que a gente cria o foco na operação de cartões, todas essas discussões entram para a mesa”, acrescentou, explicando que a participação da Elo que está na Caixapar será transferida para a Caixa Cartões. “É uma operação que obviamente a gente vai discutir e pensar e vai ter que falar com Bradesco e BB”, completou.

Segundo ele, em um mês ou dois os trâmites burocráticas para colocar a participação da Elo debaixo da nova holding de cartões da Caixa deverão ser concluídos. Guimarães explicou que a Elo é a “bandeira preferencial” da Caixa e tem crescido fortemente. “Na Caixa, temos participação maior em cartão de débito, mas a gente acredita que na de crédito teremos crescimento”, disse.

Procurado, o Bradesco informou que não iria comentar. O Banco do Brasil também disse que não iria comentar. A Elo hoje tem um mercado de 120 milhões de cartões emitidos.

O Valor Econômico apurou que em 2019 a base de cartões de crédito da Caixa com a bandeira Elo dobrou, passando de 1,5 milhão para 3 milhões. A de débito cresceu menos, 19%, atingindo 66,3 milhões de unidades.

A Caixa também está colocando na diretoria da Elo o seu vice-presidente de rede de distribuição, Valter Nunes. Segundo o presidente do banco, esse movimento evidencia o caráter prioritário da operação para essa nova fase da Caixa no segmento de cartões, inaugurada pelo início formal das operações da Caixa Cartões. “Na Elo agora [está entrando] um dos nossos vices para mostrar alinhamento de emissão de cartão com operação de Caixa Cartões e da Caixa como um todo”, disse Guimarães.

O banco considera que há um potencial ainda muito elevado de crescimento desse mercado, em especial no segmento de crédito. “Tenho certa apreensão em ter 100 milhões de clientes e apenas 7 milhões de cartões. Não podemos aceitar isso”, afirmou Guimarães na última segunda-feira.

Com a nova empresa, que será um subsidiária integral da Caixa até que seja feita a abertura de capital (IPO), a instituição pretende repetir o desenho que já existe na seguridade. A intenção, além de entrar no mercado de adquirência (maquininhas), é realizar parcerias com o setor privado para alavancar negócios.

Guimarães considera que a Caixa tem um grande balcão, composto não só de agências, mas também da rede lotérica e dos correspondentes bancários, que precisa ser melhor aproveitado, inclusive para alavancar a operação de cartões, sobretudo no segmento de crédito.

O presidente da Caixa estima que o IPO da empresa de cartões ocorrerá ainda no segundo semestre deste ano.


 

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