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13/09/2019 - Avon tenta elevar vendas usando ‘maquininha’ do Bradesco

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VALOR 

A Avon Brasil firmou parceria com o Bradesco para oferecer “maquininhas” da marca Stelo a aproximadamente 1 milhão de revendedoras, que poderão, então, aceitar pagamento com cartão de débito de crédito. O projeto, desenhado há pouco mais de um ano, tem como objetivo aumentar o número de produtos vendidos.

Há cinco anos, cada revendedora vendia, em média, 30 produtos por campanha — a companhia faz 20 campanhas por ano. Esse número caiu para algo entre 25 e 26. A Avon — cuja venda para a Natura ainda está sendo avaliada pelo Cade, órgão de defesa da concorrência — espera ver uma reação da força de vendas ainda neste ano.

“A ideia era ter lançado o serviço antes, mas a guerra das adquirentes freou o plano. Tínhamos que ter certeza de lançar um pacote competitivo”, Fábio Marchiori, diretor financeiro da Avon, em referência à disputa travada entre bancos, credenciadoras de cartões e fintechs, no mercado das “maquininhas”.

A Avon já tem contrato com o Bradesco para outros serviços. Os funcionários da companhia têm seus salários depositados no banco. O Bradesco também oferece linha de financiamento para os fornecedores de insumos da Avon.

A iniciativa da Avon faz parte do processo de digitalização para apoiar o trabalho das revendedoras e aumentar a bancarização. A estimativa é que metade da força de vendas da Avon tenha conta em banco. A maquininha da marca Stelo (uma empresa da Cielo), direcionada a micro e pequenos empreendedores, será vendida às revendedoras da Avon por R$ 106,80, dividida em 12 parcelas.

As taxas cobradas das revendedoras que usarem a maquininha Stelo será de 1,78% nas operações de débito e de 1,99% no crédito. A força de vendas poderá abrir conta digital no Next ou em agência física do Bradesco, além de ter acesso a microcrédito, com opções de pagamento semanal, quinzenal ou mensal.

A Natura, que anunciou a compra da Avon por S$ 3,7 bilhões neste ano, tem parceria com o Santander desde abril. Cerca de 40% das suas consultoras não têm conta bancária. Neste caso, serviços como conta-corrente digital e “maquininha” foram integrados ao aplicativo de gestão financeira.

Em maio, o Grupo Boticário também lançou um serviço semelhante às revendedoras, feito pela unidade de serviços financeiros Mooz, que atua como uma subcredenciadora fazendo a antecipação de recebíveis aos franqueados. No mesmo mês, o Grupo Hinode anunciou parceria com a GetNet e Super Digital, do Santander, para oferecer maquininha.

Marchiori disse ao Valor que o novo meio de pagamento possibilitará à revendedora reduzir a inadimplência. No caso da Avon, o diretor financeiro afirmou que a inadimplência, fonte de preocupação no passado, agora está sob controle.

A parceria com o Bradesco não mudará a política de microcrédito da empresa. “A gestão do crédito às empreendedoras não foi transferida. Continuaremos a oferecer o valor inicial de R$ 380 às pessoas com perfil de crédito mais baixo, mas este valor é atualizado a cada campanha, conforme o volume de pedidos e assiduidade no pagamento”, disse.

A cada ciclo de vendas, que dura em média 20 dias, a Avon disponibiliza R$ 2,5 bilhões em crédito às representantes. As próximas etapas da digitalização, planejado globalmente, poderá incluir tecnologias de voz e QR Code nos catálogos ao lado dos produtos para enviar os pedidos à fabricante.

Desde que assumiu a presidência da Avon no Brasil, em setembro de 2018, José Vicente Marino e sua equipe testam novos formatos de entregas de pedidos e buscam alternativas para que as empreendedoras dependam menos das líderes (revendedoras com maior experiência e maior volume de vendas) de vendas para enviar os pedidos ao sistema. Um terço da base ainda precisa de ajuda, mas há dois anos essa fatia era de 50%.

 

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