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31/07/2019 - Grupo Globo e Stone fecham parceria em serviços financeiros

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VALOR

Por: Francisco Góes e Juliana Schincariol 


O Grupo Globo e a Stone, empresa de tecnologia e serviços financeiros, anunciaram ontem uma joint venture voltada para atender as demandas de microempreendedores, incluindo o acesso a meios de pagamento e, futuramente, a abertura de contas digitais e a oferta de crédito. O foco recai sobre os trabalhadores por conta própria, um mercado potencial de 21 milhões de clientes no Brasil e que considera mais de 500 profissões, segundo a Stone. São profissionais que transacionam, individualmente, nas maquininhas de pagamento (débito e crédito) cerca de R$ 2 mil por mês.

A nova sociedade, chamada provisoriamente de Stone Mais, terá participação de 67% da Stone e de 33% do Grupo Globo. A Stone, um player independente dos bancos na indústria de pagamentos, vai aportar tecnologia e capacidade de processamento, apoio operacional e recursos de gestão, além de entrar com R$ 50 milhões no negócio.

O Grupo Globo vai investir R$ 461 milhões na joint venture para que a nova empresa aplique os recursos em mídia. A parceria cria uma sociedade que reúne o conhecimento em mídia e marketing do Grupo Globo com a expertise da Stone em tecnologia e operação na indústria de pagamentos. O fechamento da transação depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas há expectativa de que a operação comece em até 60 dias.

O presidente-executivo do Grupo Globo, Jorge Nóbrega, disse ao Valor que o amplo alcance do grupo no mercado brasileiro é importante para a joint venture que está sendo criada. “Temos 100 milhões de pessoas que passam por algum produto do Grupo Globo por dia. Essa capilaridade é o que precisamos em uma joint venture como essa”, disse Nóbrega. Segundo ele, o grupo vem trabalhando para unir conteúdo com tecnologia de forma a atender de maneira mais eficaz os clientes da publicidade. “Passamos a olhar publicidade como a capacidade de ajudar o cliente a atingir o seu objetivo de negócio. Isso casa com o objetivo da joint venture”, disse Nóbrega.

Ele acrescentou que a nova sociedade está em linha com a estratégia do Grupo Globo de se transformar em uma empresa “media tech”, que fala direto com o consumidor. Esse movimento de melhor entender as demandas do público casa com a ideia da Stone de entrar no segmento dos microempreendedores. Hoje o negócio principal da Stone é focado no empreendedor de pequeno e médio porte, que transaciona volume médio nas maquininhas de R$ 23 mil por mês. Ao todo, a Stone tem uma rede de 360 mil lojistas.

Foi a própria Stone que procurou o Grupo Globo. As negociações começaram em abril deste ano e se aceleraram nos últimos dois meses. O presidente-executivo da Stone, Thiago Piau, disse que no desenvolvimento do modelo de negócios da empresa se vislumbrou a oportunidade de trabalhar o segmento dos microempreendedores, os profissionais autônomos. “Estamos somando a robustez da plataforma tecnológica da Stone e o conceito de serviço diferenciado da empresa com o conhecimento de mídia do Grupo Globo. Essa união é poderosa. Acreditamos muito na união dessas plataformas”, disse Piau.

Caio Fiuza, atual diretor operacional da Stone, será o presidente da joint venture. Fiuza disse que a empresa já tem um produto mais adequado às características do empreendedor individual e autônomo. Esse produto será aplicado às necessidades do empreendedor individual. “Ele é um profissional que não tem um computador na frente, então opera em cima de um aplicativo. Ele tem a maquininha conectada pelo aplicativo. E o atendimento é muito forte no autosserviço”, disse. O atendimento dos trabalhadores por conta própria também exige uma logística diferenciada, disse Fiuza.

O diretor de finanças e relações com investidores do Grupo Globo, Sérgio Marques, acrescentou que o desafio é ajudar a Stone a acelerar a adoção da tecnologia pelos consumidores. E nesse trabalho uma das tarefas do Grupo Globo será comunicar de forma eficiente as características desse serviço. Além das transações com cartões, os planos para a nova empresa incluem a abertura de conta digital e a oferta de crédito, que já estão disponíveis para outros segmentos. “Tudo o que fazemos começa pequeno e vamos escalando. Em nossa operação ‘core’ já oferecemos conta e crédito”, disse Piau. A ideia é oferecer os mesmos serviços para os autônomos.

 

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