05/07/2019 - PayGo, da C6, compra empresa de pagamentos
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Por: Flávia Furlan
A C6 Holding, fundada por ex-executivos do banco BTG Pactual e dona do banco digital C6, está reforçando a atuação no mercado de pagamentos brasileiro, em meio à “guerra das maquininhas”. Sua controlada PayGo, que oferece serviços para a captura das transações com cartões dos varejistas, comprou a Setis, empresa que oferece softwares inteligentes para os equipamentos das adquirentes.
“Nossa visão é a de que, no mundo dos pagamentos, existe a batalha das ‘maquininhas’, mas a guerra mesmo é pela tecnologia”, afirmou Vinicius Pessin, presidente da PayGo, ao Valor. “Quem vai oferecer as melhores soluções para os estabelecimentos comerciais é quem tiver as melhores tecnologias.” O valor da transação, feita com recursos próprios, não foi divulgado.
Criada em 1998, a Setis disponibiliza aos clientes, entre eles as maiores adquirentes do país e fabricantes de equipamentos, um sistema operacional que funciona como o “cérebro” das maquininhas, chamado tecnicamente no mercado de “aplicativo”. No total, 4 milhões de dispositivos em operação usam sua tecnologia.
Com a aquisição, os sócios da Setis se manterão na direção da empresa, o nome continuará o mesmo e a companhia segue operando de maneira independente. No entanto, dois sócios farão parte do conselho de administração da PayGo.
“Estamos adquirindo conhecimento tecnológico e capital intelectual, então faz todo o sentido que os sócios da Setis estejam conosco no conselho da própria PayGo”, diz Pessin. A Setis tem 96 funcionários, dos quais 78 são desenvolvedores. A PayGo, criada há 16 anos com o nome de NTK Solutions, foi comprada em 2018 pela C6 Holding, fundada por Marcelo Kalim, Leandro Torres, Luiz Marcelo Calicchio e Adriano Ghelman, executivos ligados no passado ao banco BTG Pactual.
A PayGo acabou se tornando o braço de pagamentos da holding, que também é dona do banco digital C6, autorizado a funcionar como banco múltiplo em janeiro deste ano.
No total, a PayGo já tem mais de 40 mil terminais ativos, que capturam R$ 1 bilhão em transações a cada mês, no mundo físico e também no digital. “Somos como um ‘broker’ de adquirência. Com a tecnologia de TEF, conseguimos prover aos clientes o roteamento das melhores condições para passar cada transação com o adquirente mais vantajoso”, explica Pessin.