03/04/2019 - Santander quer acelerar mudança digital e levar GetNet a outros países
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Por: Álvaro Campos
O Grupo Santander realizou nesta quarta-feira em Londres seu 'Investor Day', onde apresentou o novo plano estratégico de médio prazo. Em linhas gerais, o conglomerado quer acelerar sua transformação digital e a estratégia de plataformas para impulsionar o crescimento e a rentabilidade.
Para o Brasil, o grupo afirma que o país tem um alto potencial de crescimento e uma importante oportunidade de aumentar a penetração bancária. Segundo o Santander, as taxas de juros mais baixas estão melhorando o acesso ao crédito e favorecendo um crescimento dos volumes.
O grupo estabeleceu para o Brasil, no médio prazo, um retorno sobre ativos tangíveis (Rote) de mais de 20%, que foi o nível atingido em 2018.
O presidente da filial brasileira, Sérgio Rial, que participou do evento em Londres, foi promovido e agora atenderá também a toda América do Sul, com os responsáveis pelas operações no Chile, Argentina, Uruguai e região andina respondendo a ele. Rial se reportará diretamente ao executivo-chefe do Grupo Santander, José Antonio Álvarez.
Além disso, o Santander vai realizar uma expansão internacional da subsidiária brasileira Getnet, com o objetivo de torná-la uma plataforma global de pagamentos. A expansão começará pelo México, depois o restante da América Latina e na sequência a Europa.
O Santander aponta que melhorou significativamente a rentabilidade no Brasil nos últimos três anos, com o retorno sobre ativos tangíveis passando de 14% para 20%. Segundo o banco, a implementação de reformas econômicas deve aumentar o crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação estrutural e o custo de capital estão caindo.
“Nós esperamos continuar ganhando participação de mercado e melhorando a rentabilidade”, disse Álvarez na sua apresentação. O executivo afirmou que haverá um foco maior no varejo, seguros e gestão de ativos. Além disso, o banco pretende melhorar a atuação com empresas de médio porte, expandindo os volumes e a rentabilidade. Também quer crescer em nichos de mercado e expandir para novas áreas.
Outra meta de médio prazo para o país é aumentar o porcentual de clientes ativos/leais, do atual nível de 24% para 27%. Além disso, a apresentação de Álvarez cita forte disciplina de gastos e melhora no custo de crédito. A margem financeira deve crescer abaixo do ritmo de expansão da carteira de crédito, enquanto a receita com tarifas deve crescer dois dígitos.
O Grupo Santander também está apostando na expansão do seu banco digital, o ‘Superdigital’, que mira um universo de quase 300 milhões de pessoas não bancarizadas na América Latina. O objetivo de médio prazo é chegar a 5 milhões de clientes, do nível atual de 500 mil. A meta é expandir a iniciativa para sete novos mercados na região, além dos três onde já atua (Brasil, Chile e México).
No Superdigital, o Santander diz que já atingiu lucro em 2018 e que a rápida expansão é possível graças à presença local, com ampla gama de produtos e serviços. A iniciativa oferece produtos como cartões pré-pagos, conta digital e vai começar a ofertar microcrédito no Brasil. A meta para a América Latina como um todo é expandir a receita média por usuário em 50% no médio prazo.
“Fizemos grandes progressos nos últimos três anos, o que nos permitiu aumentar o retorno sobre o capital tangível para um dos melhores níveis do setor. [...] A tecnologia está mudando o setor bancário como conhecemos, por isso estamos preparando o Santander para aproveitar as enormes forças que temos no grupo, como a tecnologia, o talento e a escala. Isso nos ajudará a aproveitar ao máximo as oportunidades que nos traz a inovação digital e sermos líderes digitais do setor financeiro na próxima década”, disse no 'Investor Day' a presidente do Banco Santander, Ana Botín.
