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21/10/2018 - De olho na Stone

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ISTOÉ DINHEIRO 

Por: Pedro Borg e Gabriel Bosa
 

O megainvestidor americano Warren Buffett, dono da gestora Berkshire Hathaway, conquistou fama por dar tacadas certeiras no mercado de ações. Seu toque de Midas acabou rendendo-lhe o epíteto de o “oráculo de Omaha”, em referência à cidade do Estado de Nebraska, na qual está situado seu quartel-general. Desde 1964, seu retorno ficou abaixo do índice S&P 500, o principal das bolsas americana, só em 2013. Portanto, quando ele resolve investir em alguma empresa, o mundo todo fica de olho. É o caso da brasileira Stone, que atua no mercado de meios de pagamentos, e está se preparando para abrir o capital (IPO, na sigla em inglês) na bolsa eletrônica Nasdaq, nos Estados Unidos.

Na terça-feira 16, a Stone fixou a faixa de preço de suas ações entre US$ 21 e US$ 23. O objetivo é captar US$ 1,1 bilhão na oferta, que deve acontecer antes do segundo turno das eleições brasileiras. A surpresa ficou por conta do interesse de Buffett, que pode arrematar até um terço das ações ofertadas pela empresa conhecida pelas maquininhas verdes de processamento. No total, o oráculo de Omaha pode comprar 13,7 milhões de ações, desembolsando o equivalente a US$ 315,4 milhões na empresa brasileira. “São oportunidades em um mercado que tem um grande potencial de crescimento e o Buffett quer investir no que dá certo”, afirma Rafael Gad Camano Passos, analista da Guide Investimentos. Caso se concretize, será o primeiro investimento direto da Berkshire Hathaway, que tem receita de US$ 252 bilhões e valor de mercado de US$ 521 bilhões, em uma empresa brasileira. Buffett, até agora, tem feito parceria com Jorge Paulo Lemann, da 3G Capital, em investimentos como a Kraft Heinz.

A abertura do capital da Stone, fundada pelo carioca André Street, de 34 anos, em 2012, acontece na esteira do IPO do PagSeguro, na Bolsa de Nova York, em janeiro deste ano. Na ocasião, a empresa da família Frias captou US$ 2,3 bilhões. “O mercado de pagamento é muito atrativo”, diz Leonardo Lacerda Montenegro Chaves, CEO da consultoria Forward. “Mesmo com as questões de regulamentação para incentivar a competitividade, ainda tem muito espaço para crescer no Brasil.” Segundo o consultor, os meios eletrônicos, como os cartões e transferências, representam 30% do total de pagamentos no Brasil. Em centros desenvolvidos chegam à 50%.

A Berkshire Hathaway tem uma carteira de diversas empresas ligadas ao setor financeiro ou a meios de pagamentos. Entre elas, estão American Express, Visa, Martercard, Apple e Wells Fargo. Neste ano, ela fez uma primeira investida em mercados emergentes, ao ficar com uma fatia da indiana One97 Communications, controlador da Patym, maior empresa de pagamento móveis da Índia. Um sinal de que o mago de Omaha gostou do negócio.

 

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