19/10/2018 - Linx entra no setor, mas dispensa guerra de taxas
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O mercado de credenciamento de cartões começou concentrado nos grandes bancos, ganhou a atenção dos gigantes do comércio eletrônico e agora atrai empresas dos mais diferentes segmentos. O caso mais recente é o da Linx, criada há 33 anos para oferecer tecnologia aos varejistas e que anuncia hoje o lançamento de uma subcredenciadora de cartões chamada Linx Pay.
Ao longo do tempo, a Linx foi ampliando seu portfólio de produtos para as operações de varejistas no mundo físico e virtual. A empresa tem um software de gestão, um sistema de captura de pagamentos, a Transferência Eletrônica de Fundos (TEF), e uma solução de conciliação de pagamentos. Há um mês, a empresa começou o projeto piloto da subcredenciadora, oferecendo também o serviço de antecipação de recebíveis. "Não queremos concorrer diretamente com os grandes do setor nem entrar numa guerra por taxas", diz Alberto Menache, presidente da Linx, em entrevista ao Valor. "O objetivo é oferecer uma solução integrada."
A Linx espera alcançar com o serviço de subcredenciamento metade dos seus 50 mil clientes, que transacionam R$ 250 bilhões por ano em seus sistemas. A empresa não citou nenhum prazo específico para isso. O foco inicial será nos clientes pequenos e médios, que são lojas com uma receita média anual entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão.
Uma das maiores barreiras para uma empresa entrar na atividade de credenciamento é o custo de aquisição de um novo cliente, e por isso o setor ficou concentrado por muito tempo nos grandes bancos, que têm agências e clientes por todo o país. "Uma vantagem da Linx é também ter essa capilaridade devido à grande base de clientes, o que permitirá um crescimento acelerado do negócio", afirmou Menache.
As transações da Linx Pay são feitas pelo sistema da Rede, com a aceitação das bandeiras Visa, MasterCard, Elo e American Express. A empresa não venderá "maquininhas" porque não vê valor agregado nesse negócio e acredita que ele traga muitos custos logísticos. No entanto, irá viabilizar os equipamentos por meio de parceiros para os clientes que tiverem necessidade. A empresa não descarta lançar a subcredenciadora em suas operações na América Latina.
Segundo o Valor apurou, essa não é a única aposta da empresa no mercado de cartões. Desde junho, a Linx atua num projeto piloto, junto com uma credenciadora, para oferecer uma "maquininha" e um aplicativo para varejistas pequenos, que faturam entre R$ 10 mil e R$ 20 mil ao mês.