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20/09/2018 - Cielo "revoluciona" com lançamentos, mas mercado reage mal; qual a explicação?

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A Cielo apresentou na última terça-feira (18) uma maquininha inédita no mercado, a LIO +. Se trata de um smartphone que, quando acoplado a um acessório externo, se transforma em terminal de pagamento que aceita transações de débito e crédito e 60 bandeiras diferentes.

Lançou também o QR Code Pay, uma solução digital que permite aos consumidores pagar por compras em lojas físicas usando seu smartphone – a autenticação é feita com a câmera do celular, scaneando a imagem QR. Isso significa que o consumidor já pode deixar seu cartão de crédito em casa, mesmo que seu celular não tenha a tecnologia NFC.

A percepção de analistas sobre os lançamentos é, no geral, positiva. André Martins, da XP Investimentos, diz que a nova maquininha traz uma proposta inovadora e oferece um outro tipo de valor ao lojista, além de mostrar agilidade da Cielo na frente de inovação. Em relatório, o Brasil Plural diz que a empresa “matou dois pássaros com uma só pedra” com a LIO+, destacando que o custo para distribuir um aparelho como este será consideravelmente menor que ter de construir novos terminais físicos do zero.

A reação imediata do mercado, no entanto, não refletiu isso: a Cielo (CIEL3) foi uma das poucas ações que caíram no Ibovespa na terça-feira, fechando o dia com desvalorização de 2,33%. O índice teve valorização de 1,99% na data. Na manhã desta quarta, a ação seguia em queda de 0,36%, ante -0,13% do IBOV.

Para André, a queda pode estar relacionada a uma “decepção” do mercado, que estava com expectativas altas sobre o evento e anúncios da empresa. “Por mais que sejam lançamentos positivos, eles não mudam tanto a situação da Cielo a princípio. De início, isso não surte grande efeito nas ações da empresa”, explicou. “Os investidores no geral estavam esperando algo mais disruptivo”. Vale lembrar que o Mercado Livre lançou recentemente uma solução de pagamento com QR Code, e tanto esta quanto a novidade trazida pela LIO+ ainda não têm eficácia comprovada. 

Ele reforça que uma reação mais forte do mercado em relação aos lançamentos virá conforme a aceitação pelos clientes, tanto da LIO+ quanto do QR Code Pay. “A avaliação é positiva mas não muda o case de Cielo”, finalizou. No acumulado do ano, a Cielo apresenta queda de 37,32%.

Em relatório, o Bradesco BBI compartilha da mesma visão. “À primeira vista, parece ser positivo que a Cielo continua investindo em novas iniciativas no mercado, ainda que seja difícil prever a relevância de tais iniciativas neste estágio. Enquanto enxergamos como positivo que a Cielo esteja explorando novos canais de venda (empresas de telecomunicação), a adoção e demanda desse produto será a chave da questão”, escreveu.

A recomendação da XP Investimentos não mudou: continua Neutra, com preços-alvo de R$ 19 por ação. “Preferimos aguardar maiores sinais de recuperação para avaliar uma mudança na nossa visão”, justificam.

Na abertura do mercado desta quarta-feira (19), a Cielo apresentava queda de 0,7%.

“Guerra” das maquininhas
Em apresentação para analistas, Danilo Caffaro, vice-presidente de vice-presidente de produto, negócios, inovação e marketing, deixou claro que não existe preocupação em relação à concorrência, visto que não existem barreiras para replicar os produtos apresentados.

O foco da empresa é em inovação: quando os concorrentes vierem a copiar algum dos produtos, a Cielo “já está pensando no próximo lançamento”.

 

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