03/09/2018 - PagSeguro lucra 177% mais e pode dar empréstimo este ano
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Por: Maria Luíza Filgueiras
A empresa de meios de pagamento PagSeguro está estudando ter um produto de empréstimo ainda este ano, como já fazem alguns concorrentes ligados a bancos. A empresa faz antecipação de recebíveis das transações que passam pelas "maquininhas" diariamente, mas pode passar a dar crédito além desse montante. No fim do ano passado, a PagSeguro comprou a fintech Biva, voltada a empréstimos para pessoas físicas e microempresas.
"Somos muito cautelosos com risco de crédito. Existe demanda, mas sabemos que é fácil emprestar e difícil cobrar", disse Eduardo Dutra, presidente da PagSeguro, em teleconferência com analistas. "Esperamos fazer ainda este ano, mas prefiro não dar uma data."
A companhia usou metade do volume captado no IPO, em janeiro, para quitar recebíveis com bancos emissores e tem o restante como caixa para 2018 e 2019. "Até lá, a empresa estará gerando caixa suficiente para cobrir sua necessidade", disse Eduardo Alcaro, diretor financeiro e de relações com investidores. Já os recursos do follow-on são destinados a reforçar tecnologia e lançamento de produtos.
O aumento de produtos, como pagamento por QR Code, e venda cruzada, como a possibilidade de empréstimos, garantem à companhia estar preparada para o cenário de maior competição, segundo os executivos. No segundo trimestre, o volume de pagamentos foi de R$ 16,9 bilhões, alta de 106,8%.
A empresa teve lucro líquido de R$ 227,6 milhões, alta de 176,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida foi de R$ 1 bilhão, alta de 79,8% e a margem líquida ficou em 22,7%. As despesas totais aumentaram 56,3% no período, para R$ 689,1 milhões - mas a relação entre despesas e receita e lucro diminuiu no comparativo geral. Somente as despesas administrativas subiram 226%, devido ao custo do plano de incentivo de longo prazo.