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09/03/2018 - Pagamento eletrônico pode gerar ganho de US$ 11 bi a SP

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Por: Nathália Larghi 


O uso de dinheiro físico ainda é majoritário no Brasil, mas a expansão dos pagamentos digitais poderia trazer ganhos relevantes para empresas, governos e consumidores. Um estudo encomendado pela Visa à consultoria Roubini ThoughtLab mostra que o maior uso de cartões de crédito e débito, além de carteiras digitais, poderia fazer a cidade de São Paulo economizar US$ 11 bilhões em um ano.

O levantamento considerou que se toda a população da capital paulista realizasse transações como os 10% de usuários com maior utilização de meios digitais - os chamados "heavy users" -, consumidores, empresas e governos poupariam ao facilitar transações, evitar fraudes e multas por atrasos de pagamentos e até mesmo por elevar as vendas no comércio.

Segundo o relatório, os consumidores teriam um benefício líquido de US$ 1 bilhão por ano. Essa economia seria consequência de fatores como a redução de multas cobradas por atrasos em pagamentos feitos em dinheiro e a diminuição de perdas devido a crimes, como roubos e furtos - que poderiam diminuir em até 69%. O estudo ainda considera a economia de tempo, com horas gastas em bancos e no deslocamento.

Para as empresas, a economia seria de US$ 7 bilhões anuais, fruto de redução no número de roubos e de aumento da eficiência - como a agilidade no caixa e redução de problemas, como falta de troco -, que poderia gerar aumento mas vendas. Mesmo que as companhias precisem arcar com taxas cobradas para compras em cartão de crédito ou débito, Fernando Teles, principal executivo da Visa no Brasil, afirma que os gastos são compensados.

"As pessoas acham que o recebimento em dinheiro não tem custo, mas tem. Você gasta com segurança, perde tempo de venda para fazer contagem ou depositar no banco. O estudo mostra que, em média, as transações digitais custam para o lojista 5% e, em dinheiro, 7%." Outro fator importante, disse, é o aproveitamento de dados dos clientes para ações de relacionamento e promoções específicas, que podem ampliar as vendas.

Para os governos, a economia seria de US$ 3 bilhões. As principais vantagens são um aumento de 4% na arrecadação, proveniente de redução de sonegações e fraudes, já que os registros passam a ser eletrônicos, e queda também na informalidade. "Os meios digitais não são sonegáveis, e a máquina governamental fica mais eficiente com meios eletrônicos", afirma Gustavo Noman, diretor-executivo de relações governamentais da Visa.

Em 15 anos, a empresa afirma que o aumento do uso de meios digitais pode gerar um crescimento anual de 0,23% do PIB na cidade de São Paulo, além da criação de 105,9 mil novos empregos até 2032. "É uma cadeia. Aceitando mais pagamentos digitais, o negócio vende mais e tem mais eficiência. E se o negócio cresce, a economia cresce e, quando a economia cresce, você gera mais empregos", afirma Noman.

O estudo também considerou a cidade de Brasília. Nela, se toda a população alcançasse o mesmo nível de utilização dos pagamentos digitais dos "heavy users", os benefícios seriam maiores que US$ 2 bilhões. Desse total, US$ 1,4 bilhão iria para os estabelecimentos comerciais, US$ 500 milhões para o governo e US$ 200 milhões para os consumidores. Em 15 anos, o PIB de Brasília cresceria o equivalente a 0,27% por ano e seriam abertas mais de 20 mil vagas formais.

Noman admite, no entanto que existem desafios para fomentar o uso dos meios digitais, como acesso limitado a produtos, infraestrutura inadequada, cultura de dinheiro em espécie, preocupação com segurança e privacidade e a percepção errada de custo elevado.

A solução, segundo Noman, deve vir dos usuários, que podem comunicar aos estabelecimentos suas preferências de pagamento e optar por receber avisos de transações via SMS e e-mail, que ajudam a evitar fraudes. Já o comércio pode criar caixas exclusivos para pagamento digital e os governos, oferecer pagamento eletrônico de benefícios sociais e subsídios fiscais, entre outros.


 

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