21/02/2018 - Redução do uso de dinheiro vivo preocupa autoridades na Suécia
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Sinais de “não aceitamos dinheiro vivo” estão cada vez mais comuns em lojas e restaurantes na Suécia. Os meios de pagamento digitais têm ganhado espaço no comércio local. Mas isso tem assustado as autoridades, segundo a Bloomberg. O Banco Central do país e o parlamento estão realizando uma revisão da legislação sobre o assunto e pretendem divulgar um relatório completo nas próximas semanas.
“Com essa redução do uso do dinheiro acontecendo tão rapidamente, pode ser difícil manter a infraestrutura [para lidar com o papel moeda]”, afirma Mats Fillen, líder dessa revisão no parlamento. Ele não deu mais detalhes sobre as propostas que podem ser incluídas no relatório final.
A Suécia recentemente se tornou conhecida por ser a sociedade que menos usa papel moeda no mundo. A maioria dos bancos que operam no país pararam de lidar com o dinheiro vivo. Além disso, muitas lojas, museus e restaurantes só aceitam pagamentos em cartão ou em dispositivos móveis. Contudo, muitas pessoas, especialmente os mais velhos, não conseguem ter acesso a essa sociedade tão digital.
No ano passado, o total de notas e moedas em circulação no país caiu ao menor patamar desde 1990, 40% mais baixo do que o pico alcançado em 2007. As reduções em 2016 e 2017 foram as maiores já registradas.
Uma pesquisa anual divulgada pela Insight Intelligence no mês passado mostrou que apenas 25% dos cidadãos suecos fizeram pagamentos em dinheiro pelo menos uma vez por semana em 2017. Quatro anos atrás, esse porcentual era de 63%. Em 2017, 36% das pessoas disseram usar dinheiro apenas uma ou duas vezes no ano.
Como resposta, o banco central está considerando criar uma forma oficial de moeda digital, a e-coroa. A proposta provavelmente não será finalizada antes do fim do ano que vem, mas a ideia é que a e-coroa seja uma forma complementar de dinheiro, não um substituto.
Stefan Ingves, do BC sueco, afirmou que a instituição considera obrigar os bancos a oferecerem a possibilidade de fazer saques em dinheiro vivo. Em seu relatório anual divulgado ontem, a autoridade monetária afirmou que a questão é qual será o papel do dinheiro vivo no futuro.