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16/06/2017 - Meios eletrônicos crescem mesmo durante a crise

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A expansão de 5,9% no primeiro trimestre do ano sobre igual período de 2016 mostra a resiliência dos meios de pagamento eletrônicos frente à performance da economia. O comportamento resulta de movimentos como a substituição de cheques e dinheiro vivo e o atendimento a novos nichos de mercado.

De janeiro a março, o setor movimentou R$ 285 bilhões. Os cartões de crédito cresceram 4,8%, maior índice desde o terceiro trimestre de 2015, e alcançaram R$ 165 bilhões, enquanto os de débito registraram aumento de 7,6% e somaram R$ 112 bilhões. No mesmo período, o volume transacionado em cheques caiu 11,3%, com o volume de devoluções em primeira e segunda apresentação chegando a 9,2% do total de cheques compensados, o que corresponde a uma perda de R$ 17,5 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

“O número favorece o setor em relação a custo, um tema sensível ao lojista", aponta Fernando Chacon, presidente da Abecs, CEO da Rede e CMO do Itaú Unibanco. A pesquisa também reflete a maior confiança dos usuários on-line, com 27% dos entrevistados em cidades com mais de 100 mil habitantes em todo o país tendo feito compras on-line durante o mês, dos quais 83% empregaram cartões de crédito. Entre os usuários de cartão de crédito, 94% empregam o instrumento todos os meses e 47% o utilizam semanalmente.

O crescimento de 8,5% no uso do débito no interior do país e a variação de 6,9% no valor movimentado no setor de serviços, contra 4,6% do comércio, apontam oportunidades a serem exploradas. "O bolo está crescendo", diz o diretor executivo de cartões, veículos e financeiras do Itaú Unibanco, Marcos Magalhães, apontando questões como a relevância de novos setores, a exemplo de táxis, e o atendimento da necessidade de crédito de quase metade da população economicamente ativa alijada das instituições por aumento do risco – os cartões de crédito respondem por 11,4% das carteiras de crédito a pessoas físicas do país.

Outras oportunidades se refletem no aumento do uso do débito em transações não presentes, a exemplo de aplicativos como Uber, Netflix e Spotfy, áreas antes de domínio exclusivo dos cartões de crédito, e em pagamentos recorrentes, como condomínios e escolas, onde imperam boletos, cheques e dinheiro, diz o country manager da Visa do Brasil, Fernando Teles. Segundo ele, a maior segurança garantida pelo emprego massivo de informações como as decorrentes do uso de dispositivos móveis, além da biometria, contribui para ampliar a aceitação.

O setor também é impactado por questões como fragmentação em serviços cada vez mais especializados, maior concorrência com o advento das fintechs e mais regulamentação, que provocam corrosão das margens e desafiam as instituições a buscar a inovação para redução de custos e expansão dos negócios.

Novas regras como as que reformularam os pagamentos rotativos no começo do ano e que fizeram as taxas despencarem de 455% para 209% ao ano, embora favoreçam a aculturação do consumidor em relação ao papel de financiamento do sistema, também impactam os resultados das instituições e dão margem a modelos diferentes.

"A regulação é um processo inexorável no Brasil e no mundo", diz Romulo Dias, diretor executivo do Bradesco. O movimento afasta o risco de entidades ou participantes trazerem riscos ou desequilíbrios sistêmicos, mas reforça a queda da rentabilidade da indústria que, de acordo com ele, deve ser enfrentada com diversificação, inovação e entrada em setores pouco explorados, incluindo novos produtos, geografias e formas de atuação para redução dos custos de operação e serviço.

Além disso, as fintechs e as novas tecnologias trazem oportunidades, formas inteligentes de fazer negócios e novos serviços que devem ser adaptados e adotados pela indústria, aponta Chacon, da Abecs. A Hipercard, por exemplo, passou a oferecer a compra de bens parcelados com juros depois que o Banco Central oficializou a possibilidade de diferenciação de preços no comércio. 

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