19/05/2017 - Google trará pagamento móvel ao país
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Valor Econômico
Por Gustavo Brigatto | De São Paulo
O Google anunciou ontem à noite que seu sistema de pagamentos por celulares, o Android Pay, chegará ao Brasil até o fim do ano. É o segundo sistema do tipo a ser lançado no país. Ano passado, antes da Olimpíada, a Samsung colocou em funcionamento o seu serviço, o Samsung Pay. Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Caixa, Mastercard, Visa, Elo e Porto Seguro são os primeiros parceiros da iniciativa do Google, mas a lista pode aumentar até que o sistema comece a funcionar na prática.
Na prática, o Android Pay substitui o cartão na hora de pagar por uma compra em lojas físicas e virtuais. Na internet, o Android Pay funciona como opção de pagamento à digitação do cartão de crédito e do boleto bancário.
No mundo físico, em vez de tirar o cartão do bolso, o consumidor pega o celular e o encosta na máquina de cartão. No Samsung Pay e na pulseira BPPTag (da Visa e do Bradesco), não é preciso digitar senha para transações até R$ 50. No Android Pay não há definição.
O sistema de pagamentos do Google só funciona em smartphones e máquinas de cartão equipados com a tecnologia NFC (Near Field Communication), que permite a comunicação por aproximação entre dispositivos. A estimativa é que mais de 80% das máquinas de cartão em funcionamento no país sejam compatíveis com a tecnologia.
Segundo Alessandro Germano, diretor de parcerias estratégicas do Google para a América Latina, a base de aparelhos compatíveis com NFC no país já é significativa e vem aumentando na medida em que as pessoas trocam aparelhos antigos por modelos novos que têm a funcionalidade instalada.
O pagamento por aproximação está disponível no país desde 2008, mas nunca deslanchou porque os cartões com chip NFC embutido são mais caros que os convencionais. Outro desafio é ensinar consumidores e varejistas a usarem o sistema.
Em janeiro, a Samsung disse que só 20% dos pagamentos feitos com o Samsung Pay usaram NFC. A maior parte das transações foi feita com a tecnologia de MST, que simula o uso de um cartão com tarja magnética.
Segundo Germano, está nos planos fazer alguma campanha de educação sobre o uso do serviço. "É normal que uma tecnologia nova sofra resistência no início. Mas estamos esperançosos de que esse é o caminho certo", disse ele.