06/12/2016 - Mais opções de POS desbancam marcas tradicionais
VoltarPor Ana Luiza Mahlmeister | De São Paulo | Valor Econômico
Empresas que oferecem máquinas leitoras de cartões de crédito e débito e que começaram apostando nas micro e pequenas companhias para difundir suas soluções de POS (pontos de venda) alcançam também agora negócios maiores. O aumento da aceitação do cartão tem sido responsável por esse crescimento.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), foram mais de R$ 1 trilhão em transações em 2015. No primeiro trimestre de 2016, o movimento foi de R$ 270 bilhões, com destaque para um aumento de 13% nas transações com cartão de crédito. A estratégia para lutar por um mercado desse tamanho está provocando uma guerra de preços entre as máquinas tradicionais e as novas entrantes que oferecem suas versões de leitores de cartões de crédito e débito.
Impulsionaram esse mercado o lançamento de equipamentos POS sem fio, que funcionam por meio do celular e a cobrança por transação, sem aluguel, para o atendimento de microempresários e empreendedores não bancarizados. No início de 2015 o PagSeguro, do grupo UOL, lançou a Moderninha que, além de ler cartões, integra o aplicativo gratuito PagSeguro Vendas para o gerenciamento do negócio. Neste ano, a PagSeguro passou a atender um novo segmento de clientes com a Moderninha Pro, destinada a empresas com maior volume de transações como grandes lojas, restaurantes, padarias, mercados, e comércio com alto tráfego de consumidores e transações.
"O sistema se popularizou rapidamente por não ter cobrança de aluguel nem taxa de adesão", explica Juan Fuentes, diretor geral do PagSeguro. Em março de 2015 a empresa lançou um POS que dispensa o uso de celular ou tablet para realizar as transações, e em junho deste ano colocou no mercado a Moderninha Wifi, que traz a opção de conexão por chip ou rede wi-fi sem depender da rede celular.
A Moderninha Pro, para maiores volumes, aceita cartão de débito, crédito e refeição e envia o comprovante do cliente por SMS. "A estratégia é oferecer soluções que vão além da conectividade ou volume de vendas, permitindo que o cliente faça a gestão do negócio pelo aplicativo PagSeguro Vendas", explica Fuentes.
A Moderninha Pro pode ser adquirida por até 12 vezes de R$ 69,90, não tem aluguel ou taxa de adesão, aceita as bandeiras MasterCard, Visa, Elo, Amex, Hipercard, Diners, Ticket e Sodexo, além de poder efetuar transações por rede wi-fi, chip (GPRS) e bluetooth. De acordo com Fuentes, os números apontam para uma substituição acelerada nos meios de pagamento e indicam o grande potencial do setor no Brasil, com o aumento da aceitação do cartão de crédito em outras linhas de consumo, como os profissionais liberais e vendedoras autônomos, que usam a opção em seu smartphone.
A abertura do mercado de POS trouxe ao Brasil a europeia SumUp que iniciou operações no Brasil em 2014. A empresa lançou um POS próprio, o Top para pequenos e médios negócios, e um segundo modelo, a máquina Mais, da Payleven, para microempresários com faturamento até R$ 5 mil por mês. A SumUp já vendeu 300 mil equipamentos no Brasil que processam R$ 2 bilhões por ano com previsão de chegar ao final de 2017 com 1 milhão de clientes.
"A crise acabou ajudando a difusão do POS no país pela adesão de trabalhadores autônomos e vendedores porta a porta que perderam seus empregos", afirma o CEO da SumUp, Igor Marchesini. A empresa também simplificou a compra do equipamento leitor que pode ser feita totalmente on-line com o cadastramento pela internet, no site da empresa, mesmo sem CNPJ.
O cliente baixa um aplicativo da SumUp mas o smartphone serve apenas de veículo de envio dos dados pois é o equipamento que criptografa as informações. "Mesmo se o celular tenha um vírus, a operação está totalmente imune pois o equipamento leitor garante a segurança", explica Marchesini.
O POS Top, da SumUp, para maior volume de transações, aceita as bandeiras Visa e Master e custa 12 parcelas de R$ 39,90, sem aluguel, taxas de adesão, inscrição ou mensalidade. O cliente paga uma taxa de venda, sendo 2,3% para o débito e dois planos para o crédito. Se receber à vista, a taxa é de 3,1%; parcelada em duas a seis vezes sobe para 3,9%. Em uma outra modalidade de plano a taxa é de 4,6% no crédito à vista e acrescenta 1,5% para cada parcela e todo o valor da venda é pago em cinco dias.
Para os pequenos negócios a SumUp oferece a Mais, da Payleven, que custa doze parcelas de R$ 9,90. Processa cartões de débito e de crédito, Visa e MasterCard e se conecta à rede via bluetooth ou cabo de áudio. O cliente paga uma taxa sobre a venda dos produtos sendo 2,4% no débito e 4,19% no crédito com pagamento ao lojista em dois dias úteis. Para vendas parceladas adiciona-se 2,49% a cada parcela.