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21/10/2016 - Paypal sob ataque

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Por Ralphe Manzoni Jr. e Roger Marzochi | IstoÉ Dinheiro

Fundado em 1998, o Paypal dormiu em berço esplêndido por muitos anos e se transformou em sinônimo de meios de pagamento online. Além de ser um dos pioneiros dessa área, a companhia americana fez por merecer a distinção. Ao longo de sua trajetória foi ganhando cada vez mais musculatura e transformou-se em líder global dessa área. Hoje, conta com 188 milhões de contas ativas as e vale US$ 48,4 bilhões, capitalização superior ao do eBay, que a comprou em 2002, por US$ 1,5 bilhão, e se separou em julho de 2015.

Nos últimos tempos, no entanto, a competição foi ficando cada vez mais acirrada com a entrada de grandes nomes do mercado financeiro, bem como de empresas de internet. A Mastercard, por exemplo, tem a MasterPass. O UOL conta com o PagSeguro. O Mercado Livre administra o Mercado Pago. E o fundo sul-africano Naspers é dono do PayU. O Google, que desenvolveu a Google Wallet, deve também trazer sua solução ao Brasil em breve, apurou DINHEIRO. Desde o começo de outubro deste ano, um novo nome chegou com força nesta briga do mercado brasileiro.

O Visa Checkout, uma espécie de Paypal da gigante americana de cartões, deixou a fase de testes e estreou com parceiros de peso, como as bandeiras da Cnova, Casas Bahia, Ponto Frio; a Máquina de Vendas, dona da Ricardo Eletro, e o Ingresso.com. Em curto prazo, a ideia é negociar com companhias aéreas, agências de viagem e companhias de alimentação para que adotem o sistema da Visa no carrinho de compras de seus sites de comércio eletrônico. “Fechar a compra fica 22% mais rápido com a solução”, diz Renato Rocha, diretor executivo de vendas e soluções para comércio da Visa no Brasil.

Cada solução de pagamento online dessas empresas conta com suas diferenças, mas todas têm um objetivo em comum: tornar mais fácil, mais segura e mais conveniente a vida de quem faz uma compra pela internet. De uma forma geral, o consumidor se cadastra online, associa sua conta a um cartão de débito ou de crédito ou até mesmo uma conta bancária. A partir daí, não precisa mais digitar o número do cartão ao concluir uma transação em um site de comércio eletrônico. Basta fornecer e-mail e a senha. O PagSeguro resolveu ir além e brigar com Cielo, Rede e GetNet, donas tradicionais maquininhas de cartões.

A empresa do portal de internet UOL lançou a sua própria máquina, chamada de Moderninha, que funciona de forma semelhante a dos rivais, mas permite usar a sua carteira digital para receber pagamentos e depois transferi-los para uma conta bancária ou a um cartão pré-pago. Atualmente, 600 mil estabelecimentos tem a solução do UOL. “Somos agnósticos”, afirma Juan Fuentes, diretor-geral do PagSeguro. “O cliente paga como quiser, inclusive com boleto.” Não há dados sobre o tamanho desse mercado no Brasil.

Fontes ouvidas por DINHEIRO acreditam que esse setor é liderado pelo PagSeguro, serviço que já representa a maior parcela da receita do UOL. O que se sabe é que há ainda muito espaço para crescer. As vendas online devem somar R$ 44,6 bilhões em 2016, um crescimento de apenas 8%, segundo previsão da consultoria e-bit. Desse total, de cada dez compras sete são pagas pelo cartão de crédito, duas por boleto bancário e uma por alguma forma complementar de pagamento, com o Paypal e o Visa Checkout, de acordo com a e-bit.

“O mercado é muito grande e está em plena expansão”, diz Marcelo Coelho, vice-presidente do MercadoPago, que conta com 160 mil clientes que usam o serviço fora do Mercado Livre, com a ajuda de uma máquina, a exemplo do PagSeguro. Nessa disputa, as empresas começam a sofisticar cada vez mais seus produtos. Por conta dos smartphones, as soluções biométricas ganham relevância. No ano passado, uma em cada três visitas a um site de comércio eletrônico aconteceu através de um celular. “O mercado de pagamentos online cresce por conta da mobilidade”, diz Daniel Domeneghetti, CEO da consultoria DOM Strategy Partners. “O smartphone se transformou em um cartão de crédito.”

A Mastercard, por exemplo, vai lançar um sistema de pagamento capaz de fazer a autenticação a partir de uma selfie. “Mais de 50% das pessoas não concluem a compra porque esqueceram a senha”, diz Valério Murta, vice-presidente de produtos e soluções da Mastercard Brasil. Pior: uma pesquisa da Mastercard mostrou que daqueles que tentaram recuperar a senha, 45% gastavam até cinco minutos para refazê-la. A Paypal, que não concedeu entrevista, conta com um sistema, batizado de One Touch, que garante a segurança das transações por meio de 80 variáveis biométricas, como velocidade dos movimentos da mão e o grau de inclinação do smartphone.

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