06/07/2016 - Inovação também é chave na segurança das transações
VoltarPor Martha Funke | Para o Valor, de São Paulo
A inovação nos meios de pagamento deve ser sustentada por inovação também na segurança, para evitar insatisfação do cliente e, ao mesmo tempo, afastar fraudes e perdas. Caso contrário, a indústria financeira pode perder oportunidades por não atender as expectativas de usuários acostumados com a tecnologia no dia a dia.
O alerta é de Márcio Ávila Reis, superintendente de prevenção a fraudes do Santander. Ele lembra que a indústria financeira não caminhou o suficiente para aproveitar melhor tecnologias como contactless, popularizadas por usos como bilhetagem em redes de transportes públicos e subutilizadas em meios de pagamento, embora o país tenha o segundo maior parque mundial de terminais NFC.
A busca por segurança faz com que a experiência de compra on-line ainda seja mais penosa do que a presencial. Mas soluções como carteiras digitais, aplicativos e biometria podem equilibrar os dois modelos, já que os dispositivos móveis trazem recursos de popularização, como processamento, conectividade e alta penetração, e de segurança, incluindo condições de identificar o tipo de dispositivo em uso nas transações e o emprego de criptografia. "A necessidade de atendimento mais ágil traz risco. Ao mesmo tempo, a revolução digital pode quebrar o paradigma de que mais segurança piora a experiência", diz Reis.
Segundo Marcelo Haidar, diretor de prevenção e segurança da Cielo, as credenciadoras contribuem com a segurança atuando na ponta dos lojistas. Como exemplo, ele cita o monitoramento de equipamentos e de transações, com aplicação apoiada por rede de conhecimento neural com mais de 3 mil regras. "Temos de inovar também na segurança, não só no produto", diz.
Embora o aumento das transações digitais não implique necessariamente em maior risco, os fraudadores se beneficiam de fatores como a baixa consciência dos usuários sobre as ameaças e a dificuldade na rastreabilidade para identificação dos criminosos. "Convivemos com a tecnologia sem saber o que estamos usando ou se tem segurança ou não", observa Henrique Takaki, coordenador do comitê de segurança e prevenção a fraudes da Abecs.
Na opinião de Adriano Volpini, diretor de segurança corporativa do Itaú, o mercado vai evoluir. "Os avanços na segurança acompanham a necessidade dos clientes", diz.