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04/11/2015 - Cielo deve lucrar R$ 903 milhões no 3º tri

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Por Aline Oyamada | De São Paulo | Valor Econômico

Apesar da atividade fraca no varejo, a credenciadora de cartões Cielo deve registrar lucro líquido recorrente de R$ 903 milhões no terceiro trimestre, o que representa um crescimento de 10,5% na comparação anual. A estimativa corresponde à média das projeções de seis bancos de investimento compiladas pelo Valor.

O principal ponto positivo do balanço da Cielo, que será publicado amanhã após o fechamento do mercado, deve ser as operações de antecipação de recebíveis - ou pré-pagamento -, que tendem a continuar rendendo boas receitas para a credenciadora. Com os bancos mais seletivos na oferta de crédito, este é um produto muito procurado pelos lojistas como alternativa de financiamento.

No segundo trimestre, a Cielo antecipou o pagamento de 18,5% do volume total de transações com cartões de crédito e a projeção média dos analistas é que essa taxa suba levemente, para 18,6%. No mesmo período do ano passado, essa taxa era menor, de 17,7%.

O volume de transações capturadas pelas máquinas da Cielo deve continuar a crescer a um ritmo moderado, dado o desempenho fraco do setor varejista brasileiro. A projeção média dos analistas é que esse total atinja R$ 134,6 bilhões no terceiro trimestre - o que representa um crescimento de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa expansão deve ser impulsionada pelas compras no débito, que devem crescer 7,26%, para R$ 53,8 bilhões. Para as operações de crédito, a projeção é de crescimento de 2,9%, para R$ 80,8 bilhões.

Além das operações de pré-pagamento, analistas dizem que outros dois fatores devem impulsionar os resultados da Cielo: a retomada do crescimento do Agro Card - cartão voltado ao produtor rural - e as receitas da subsidiária americana Merchant e-Solutions, que são denominadas em dólares e, com o real depreciado, terão contribuição maior para o balanço.

As receitas com aluguel de equipamentos (POS, na sigla em inglês) também devem continuar resilientes, na opinião de analistas. No segundo trimestre, a base de máquinas instaladas da Cielo somava 2,071 milhões de unidades e a expectativa, em geral, é que esse número cresça, com estimativas que variam de 2,080 milhões a 2,099 milhões.

Essas fontes de receita devem ajudar a Cielo a compensar o consumo mais fraco e, principalmente, a competição mais acirrada no mercado. Analistas do Safra e do Credit Suisse dizem que a credenciadora controlada por Banco do Brasil e Bradesco será capaz de manter sua participação de mercado, mas outros bancos, como J.P. Morgan, esperam que sua fatia seja reduzida devido à competição mais acirrada no setor.

Ontem, o Itaú informou que o volume de transações com cartões de crédito e débito capturadas por sua credenciadora, a Rede (ex-Redecard), cresceu 6,2% no terceiro trimestre na comparação anual, para R$ 93,9 bilhões. As operações com cartões de crédito cresceram 6,9% na mesma comparação, para R$ 61,9 bilhões, representando 65,9% do total. Já o valor capturado nas transações de cartões de débito cresceu 4,7%, a R$ 32,1 bilhões.

O Itaú informou ainda que as receitas de serviços com cartões de crédito somaram R$ 2,929 bilhões no terceiro trimestre, sendo que 47,2% vieram da atividade de credenciamento e adquirência. A base de máquinas instaladas e ativas da Rede cresceu 2,2% no trimestre, alcançando 1,899 milhão de unidades. Na comparação anual, a base de equipamentos aumentou 11,2%.

Na semana passada, o Santander Brasil publicou em seu balanço do terceiro trimestre alguns números de sua credenciadora, a GetNet. O volume de transações capturadas no terceiro trimestre pela empresa somou R$ 20,688 bilhões, sendo R$ 13,548 bilhões com cartões de crédito e R$ 7,140 bilhões com cartões de débito. O resultado é 7,7% maior que o registrado no segundo trimestre e 35,7% superior ao do terceiro trimestre do ano passado. Entre janeiro e setembro, a GetNet processou R$ 58,3 bilhões em operações de crédito e débito, volume 42% maior que o do mesmo período de 2014. Estima-se que, juntas, Cielo, Rede e GetNet sejam responsáveis por mais de 95% do mercado.

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