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03/11/2015 - Visa comprará unidade europeia por € 21 bi

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Por James Fontanella-Khan | Financial Times, de Nova York | Valor Econômico

A Visa vai comprar sua ex-subsidiária europeia por um valor que poderá chegar a € 21,2 bilhões, num negócio que produzirá lucros inesperados para alguns dos maiores bancos do continente europeu.

O grupo americano, que é a maior companhia de pagamentos eletrônicos do mundo, vai pagar inicialmente € 11,5 bilhões em dinheiro e € 5 bilhões em ações próprias aos controladores da Visa Europe, que incluem mais de 3 mil bancos europeus e prestadores de serviços de pagamentos. Quatro anos após a conclusão do negócio, os membros da Visa Europe receberão um adicional de € 4,7 bilhões se a unidade europeia atingir metas de receita não reveladas, elevando o valor total da transação para € 21,2 bilhões.

O negócio põe um fim a anos de especulações sobre a possível recompra da ex-unidade pela Visa e dá à companhia americana de pagamentos uma posição mais forte na concorrência com a rival MasterCard.

"Essa combinação reforça nosso sistema de pagamentos na Europa, pois juntos teremos recursos financeiros ainda maiores para aplicar em ativos de tecnologia", disse ontem Charlie Scharf, executivo-chefe da Visa. "Continuaremos tendo uma forte equipe administrativa local na Europa, com Londres permanecendo a sede na região."

A Visa Europe é responsável por mais de € 1,5 trilhão em pagamentos realizados no mundo, processando mais de 18 bilhões de transações por ano em 38 países, segundo informações da própria companhia.

O Barclays, do Reino Unido, deverá receber o maior pagamento, pois o banco britânico cuida de cerca de 10% dos pagamentos da Visa Europe, o maior número em termos de volume. Segundo uma fonte, o Barclays pode ter um ganho líquido de até US$ 2 bilhões com a operação.

Outros bancos europeus que também se beneficiarão incluem o Royal Bank of Scotland, HSBC e Santander, que deverão receber centenas de milhões de dólares em decorrência do longamente aguardado negócio.

"A Visa Europe obteve resultados excelentes nos últimos anos e o conselho acredita que este é o momento certo para reunir esses negócios muito bem-sucedidos sob a mesma administração", disse Gary Hoffman, presidente do conselho de administração da Visa Europe. "O negócio criará um valor significativo para os membros, pela retribuição paga e porque o conselho acredita que uma Visa combinada estará melhor posicionada para atender as necessidades dos clientes no futuro."

Segundo analistas, a aquisição ajudará a aumentar os lucros da Visa, mas eles alertam, no entanto, que a MasterCard poderá reconquistar parte dos negócios anteriormente ligados à Visa Europe. O Citigroup afirmou que os lucros poderão aumentar 5% após o "takeover".

A Visa informou que vai emitir títulos de dívida não privilegiada e não securitizada para levantar até US$ 16 bilhões no primeiro trimestre de 2016, em mais um sinal da disposição das companhias de recorrer aos mercados de capitais para financiar negócios de muitos bilhões de dólares. A Visa espera manter a atual classificação de crédito após a transação.

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