29/10/2015 - Rede traz ao Brasil nova maquininha
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Por Felipe Marques e Aline Oyamada | De São Paulo | Valor Econômico
A Rede (ex-Redecard), credenciadora de cartões do Itaú Unibanco, fechou uma parceria com a Poynt, empresa americana com sede no Vale do Silício, para trazer ao Brasil um novo modelo de terminal para aceitar pagamentos em cartão no varejo. O chamado "smart terminal" promete fazer pelas maquininhas o que o "smartphone" fez pelo celular - permitindo, inclusive, que o lojista instale diferentes aplicativos em sua máquina que o ajudem na gestão de suas vendas ou de programas de fidelidade.
O contrato prevê que a Rede terá a exclusividade em distribuir a tecnologia da Poynt no Brasil por cerca de dez anos. Hoje, a Poynt só atua nos Estados Unidos.
A Rede conta com 1,86 milhão de terminais (POS, em inglês), que capturam o cartão no lojista, e o aluguel cobrado do comércio pelas máquinas é uma de suas principais fontes de receitas.
O novo terminal tem duas telas - uma virada para o lojista e outra para o cliente - e se parece mais com um tablet do que com um POS tradicional. A credenciadora fará um piloto com lojistas na primeira metade do ano que vem e depois vai passar a ofertar a nova máquina para toda base. O presidente da Rede, Milton Maluhy, afirma que o "smart terminal" e a maquininha tradicional vão conviver na prateleira.
"O terminal terá um preço de aluguel competitivo em relação ao que se pratica hoje no mercado. O objetivo é que o preço não impeça o lojista de migrar para a tecnologia", diz Maluhy. A Rede vai participar da receita com venda de aplicativos e a nova máquina permitirá, de forma remota, diagnósticos e eventuais consertos nos terminais, ajudando a reduzir despesas de manutenção.
O compromisso da Poynt é de montar uma força de vendas no país capaz de atender as demandas da Rede pelas máquinas, embora a empresa não revele quanto de investimento isso demandará. "O lojista tinha sido deixado para trás na evolução das tecnologias móveis", diz o vice-presidente da Poynt, Rishi Taparia. A Poynt tem apenas dois anos e foi fundada por executivos com passagem pelo Google e PayPal.
Na visão de um analista do setor, o modelo de aluguel de POS faz com que o parque de máquinas brasileiro seja mais desenvolvido que o de países onde o lojista compra a máquina. Nos últimos anos, porém, esse modelo tem sido desafiado por facilitadores de pagamento, como o PagSeguro, que lançaram novos equipamentos em que não há cobrança de aluguel.