10/06/2015 - Stelo acirra disputa em comércio eletrônico
VoltarPor Felipe Marques | De São Paulo | Valor Econômico
Criada há pouco mais de um ano, a Stelo, empresa de pagamentos em comércio eletrônico, vai começar finalmente a disputar espaço entre consumidores e lojistas digitais. O projeto, que uniu Bradesco, Banco do Brasil e Cielo, sai hoje da fase de testes e espera terminar 2015 com cerca de 1,5 mil lojistas clientes e dois milhões de usuários em sua carteira eletrônica, afirma o presidente da companhia, Ronaldo Varela.
A expectativa inicial de Varela era lançar o produto no começo do ano, mas algumas questões tecnológicas atrasaram o processo. Com isso, fica para o meio de 2017 a meta de atingir R$ 2,5 bilhões em transações e 4 milhões de usuários. "Estamos integrando três lojas âncora na plataforma até o fim do ano. São nomes em eletroeletrônicos, roupas e bebidas", diz.
A Stelo oferece produtos tanto para lojistas online quanto para o consumidor. Para a pessoa física, traz uma carteira digital, em que ela cadastra seus cartões para compras na internet e deixa de ter que repetir seus dados toda vez que faz uma transação. Clientes do BB e do Bradesco sequer precisam fazer esse cadastro: basta clicar no ícone da Stelo no internet banking. Por enquanto, apenas clientes desses dois bancos podem ter conta na Stelo. Mas Varela espera que nos próximos 90 dias a Stelo seja aberta aos demais tipos de cartão.
Para o comerciante, a Stelo atua como um facilitador de pagamentos com cartão, a exemplo de PagSeguro (do grupo Uol) e PayPal. A grande vantagem de se ter um facilitador é que ele passa a arcar com o custo de fraudes em pagamentos de e-commerce, custo que, nas compras online, ficaria com a loja.
Outra promessa é aumentar o percentual de compras que são finalizadas. Nas contas da Stelo, em média, só 60% das compras com cartão online são aprovadas. Como a chance de fraude no comércio eletrônico é maior que na compra feita no mundo físico, os bancos emissores, as credenciadoras de cartão e os próprios lojistas são mais rigorosos em aprovar os pagamentos com cartão.
A empresa afirma ser capaz de elevar esse percentual para 95% nas compras feitas com cartões do Bradesco ou do Banco do Brasil, graças a uma série de configurações diferentes que esses bancos e a Cielo fizeram para as compras via Stelo.
A Stelo ("dinheiro" em esperanto) ficou dividida em 30% para a Cielo e 70% para a Elo Participações, holding de BB e Bradesco. Seu capital social está em R$ 2 milhões.