06/04/2015 - Cielo tem forte demanda em emissão de debêntures
VoltarPor Vinícius Pinheiro | De São Paulo | Valor Econômico
A credenciadora de cartões Cielo obteve forte demanda em uma emissão de R$ 4,6 bilhões em debêntures com prazo de três anos. Segundo fonte a par do assunto, a operação saiu com taxa de 105,8% do CDI, bem abaixo do teto estipulado pela companhia, que era de 109%.
A Cielo vai usar os recursos para rolar uma emissão de notas promissórias feita no fim do ano passado para capitalizar a empresa criada em parceria com o Banco do Brasil (BB) na área de cartões. Conforme anunciado na época, a Cielo aportou capital e o BB entrou com ativos no novo negócio.
O livro da operação foi fechado na quarta-feira. A oferta foi coordenada por Bradesco BBI, BTG Pactual e J.P. Morgan. As debêntures receberam classificação de risco "AAA" pela Fitch.
Em meio ao cenário incerto, a demanda dos investidores por títulos de renda fixa está mais restrita neste ano. Conforme relatou o Valor, as elétricas Cemig e EDP obtiveram demanda menor que a oferta em emissões de notas promissórias de prazos de até um ano.
A Cielo aportou ao todo R$ 8,1 bilhões para ter 70% da empresa que criou com o BB. Além dos R$ 4,6 bilhões em debêntures colocadas no mercado, a credenciadora de cartões também emitiu R$ 3,46 bilhões em títulos de dívida privada adquiridos pelo próprio BB. A emissão privada tem amortização em oito anos.
As emissões de debêntures vão elevar a relação entre dívida líquida e geração ajustada de caixa da Cielo de 0,6 vezes para 1,6 vezes.
A nova empresa ficará responsável por todo o bastidor da operação de cartões do banco público. Isso significa fazer toda a gestão de fraudes, do envio dos cartões e dos fluxos de pagamentos envolvendo as transações. Em troca, será remunerada com a tarifa de intercâmbio - a fatia de cada compra com cartão que cabe ao banco emissor. A empresa teve lucro líquido de R$ 615 milhões em 2014. (Colaborou Felipe Marques)