06/03/2025 - Capim capta US$ 27 milhões para ser a maquininha de pagamento do dentista
VoltarPor: Valor Econômico
O que capim tem a ver com odontologia? Bem, nada, mas uma fintech escolheu esse nome para se espalhar pelos consultórios Brasil afora – e ajudar a aumentar a receita dos dentistas com ferramentas de inteligência artificial para eficiência operacional e expansão da base de pacientes. Agora, a Capim está apostando também em sua própria maquininha de pagamentos.
Para isso, a fintech acaba de fechar uma captação de US$ 27 milhões, liderada pela Valor Capital e pela QED Investors, com participação também de Endeavor, Credit Saison e Actyus. Fundos já na base acionária da Capim acompanharam a rodada, como Onevc, Canary e NXTP.
A Capim trabalha com SaaS (software as a service) verticalizado para o setor de odontologia, integrando produtos financeiros que ajudam a viabilizar os tratamentos dentais. Isso porque, além do software, a startup oferece crédito para os pacientes das clínicas que utilizam o aplicativo, lacuna deixada pelos grandes bancos.
Com o POS, a gestão é integrada ao software, para controle automático de vendas e fluxo de pagamento, em parcelamentos aos pacientes que vão até 21vezes. “Nossa maquininha tem taxas muito competitivas. Analisando nossa base de dados, nossas taxas são mais baixas do que as de 90% do mercado”, garante Caio Tavares, diretor financeiro da Capim, sem abrir a taxa.
O funding é parcialmente proprietário, o que os sócios consideram que dá maior liberdade para testar e aperfeiçoar a política de crédito, sem utilizar soluções de crédito de grandes bancos como faz boa parte do mercado. Isso permite pagar a clínica à vista e receber em 36 vezes dos pacientes, e trazer bons resultados ao mesmo tempo para o FIDC da Capim, que tem investidores como XP, Verde Asset e o japonês Credit Saison.
A fintech foi fundada por Marcelo Lutz e Roberto Biselli, que se conheceram quando cursavam um MBA na Insead, na França. Lutz (sobrenome conhecido no mercado corporativo – ele é sobrinho de Marcos Lutz, CEO do grupo Ultrapar) já tinha passado por firmas financeiras e grupos de saúde, enquanto Biselli tinha experiência em produto e crédito.
A startup não abre dados financeiros, como receita ou geração de caixa. Mas diz que triplicou o faturamento no último ano, com seis mil clínicas atendidas, e deve mais do que dobrá-la em 2025, passando de 10 mil consultórios. Atualmente, a Capim tem 130 funcionários, equipe que considera enxuta para os mais de 60 mil pacientes que já passaram pela plataforma.