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30/08/2024 - Aproximação já responde por 61% dos pagamentos

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Por: Valor Econômico

 

Os pagamentos por aproximação já representam 61,1% do total de transações - são 2,4 milhões por hora -, o triplo do início da década, quando a tecnologia sem contato começou a deslanchar. No primeiro semestre do ano, somaram R$ 644,2 bilhões, ou 65% do acumulado de 2023 (R$ 986,4 milhões), segundo as pesquisas do Instituto Datafolha para a Associação Brasileira das Empresas de Cartões e Serviços (Abecs).

Sondagem realizada em julho de 2023 mostrou que pagamentos por aproximação são preferidos principalmente pelos jovens de 18 a 24 anos (77%) e têm muito boa aceitação também entre adultos de 25 a 34 anos (67%) e de 35 a 44 anos (55%). A receptividade é boa também nas faixas 45 a 59 anos (43%) e 60 anos ou mais (30%). O levantamento apontou que 54% dos consumidores brasileiros fazem pagamentos por aproximação usando cartão, celular, relógio ou outro dispositivo, sendo que 78% dos usuários da tecnologia usam o cartão; 30% empregam o celular; e só 1% utiliza o relógio.

“Se por um lado essa é uma forte tendência, por outro lado ainda existem aspectos geracionais, culturais e sociais que tornam os cartões físicos relevantes para parcela significativa da população”, diz Rusen Baragiola, líder global da área de cartões do Nubank. “Porém já é uma realidade a popularização e penetração de smartphones com carteiras digitais e mesmo serviços que facilitam pagamentos on-line, como o próprio NuPay, que integra serviços, e-commerce, mobilidade, delivery e varejo”, ressalta.

A pandemia foi o grande impulsionador dos pagamentos por aproximação: entre junho de 2019 e junho de 2020, o número da opção triplicou, de 6% para 18%, apontam dados da Abecs, que destaca a conta digital Caixa Tem para repasse do auxílio emergencial como fator de disseminação no público de menor acesso digital. Mas tudo derivou da padronização da tecnologia, iniciada em 2018 pelo grupo de trabalho NFC (sigla para a tecnologia Near Field Communication) da entidade, que definiu o passo a passo da transação, os detalhes de comunicação e o valor máximo para pagamentos sem senha (hoje, em R$ 200).

A partir daí abriu-se o leque de novas funcionalidades da NFC, como no transporte público: o MetrôRio, a barca Rio-Niterói, linhas da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) paulistana e mais da metade dos pedágios das rodovias paulistas cobram por aproximação do cartão ou celular. Credenciais de mobilidade urbana da Visa avançam em Brasília, Curitiba e Goiânia, enquanto a Mastercard atende 21 sistemas de transporte de 17 municípios e do Distrito Federal, nos quais o número de passagens pagas com cartões Mastercard cresceu 87% em 2023 sobre 2022.

Enquanto o plástico resiste, o mercado mira as maquininhas. “Lançamos o ‘tap to pay’ ou ‘tap to phone’, que transforma um celular num POS [maquininha], em 2021, e já são 6 milhões de aparelhos credenciados, quase a metade do total de 13 milhões de estabelecimentos credenciados em décadas”, diz o vice-presidente de inovação e soluções da Visa, Fernando Amaral, listando entre as maiores penetrações de pagamento por aproximação Geórgia, Austrália, Reino Unido, França e Hungria.

A Associação Brasileira das Instituições de Pagamentos (Abipag) antevê nova onda de expansão com a inclusão do Pix por aproximação, pendente de fatores regulatórios e de segurança. “Todas as funcionalidades do Pix estão disciplinadas no âmbito do regulamento do Banco Central, que, a despeito de já ter preparado um campo fértil, por meio das jornadas de redirecionamento e do open finance, ainda não contempla expressamente o Pix NFC”, afirma o diretor jurídico da Abipag, Gabriel Cohen.

O conselheiro da Abecs Pedro Bramont, entretanto, ressalta a questão da compatibilização das tecnologias NFC e Pix e a segurança envolvida. “Sempre há impactos e desafios de segurança no Pix, como grandes compras, grandes valores, que têm um outro tratamento. O futuro é pagamentos por aproximação continuarem crescendo, independente do dispositivo de pagamento ou do dispositivo de recebimento”, assinala.

“Acreditamos em uma evolução rápida do mercado, pois o brasileiro é adepto de inovações”, diz Leonardo Linares, vice-presidente sênior de soluções para o cliente da Mastercard Brasil, citando pesquisa própria em que 53% dos entrevistados disseram sentir-se muito confortáveis com novas tecnologias e 45%, moderadamente dispostos a usar inovações.

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