15/08/2024 - Stone ganha participação no 2º trimestre e avança em crédito
VoltarPor: Valor Econômico
A Stone teve lucro líquido ajustado de R$ 497 milhões no segundo trimestre, uma alta trimestral de 10,4% e anual de 54,4%. A receita ficou em
R$ 3,205 bilhões, crescimento trimestral de 3,9% e anual de 8,5%. A credenciadora ganhou participação de mercado no período e avançou na oferta de crédito, se aproximando do “guidance” fornecido para a carteira no ano.
A diretora de estratégia da Stone, Lia Matos, afirma que os resultados foram impulsionados pelo aumento do volume de pagamentos processados, em ritmo acima da indústria, e pelo crescimento da capacidade de monetização, tanto em adquirência quanto nas áreas de crédito e serviços bancários.
Houve alta de 10,6% na receita com serviços financeiros, que alcançou R$ 2,822 bilhões. Na área de software elas ficaram estáveis, em R$ 383 milhões.
O volume de pagamentos processados (TPV) total, que incluiu cartões e Pix, somou R$ 126 bilhões, um aumento trimestral de 7,5% e anual de 21,6%. Considerando só os cartões, o TPV foi de R$ 110,9 bilhões, avanço de 13,8% em 12 meses. Em Pix, foram
R$ 15,2 bilhões, alta de 141,5%. O TPV de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), segmento foco da Stone, subiu 24,6% em 12 meses, para R$ 109,3 bilhões.
“À medida que continuamos crescendo acima do mercado, seguimos ganhando participação de mercado”, diz Matos. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), as transações com cartão cresceram 11% no segundo trimestre.
A credenciadora encerrou o segundo trimestre com 3,904 milhões de clientes ativos, crescimento de 29,5% em um ano. O “take rate” (taxa cobrada a cada transação) de MPMEs ficou em 2,54%, estável na comparação trimestral e acima dos 2,48% registrados um ano antes.
A Stone encerrou o segundo trimestre com uma carteira de crédito de R$ 712 milhões, alta de 32% sobre o trimestre anterior. No mesmo período do ano passado, eram apenas R$ 18,7 milhões. Os depósitos de clientes ficaram em R$ 6,5 bilhões, alta trimestral de 8% e anual de 65%. A plataforma de banking apresentou crescimento de 62% em base de clientes, atingindo 2,7 milhões.
Com os resultados observados na primeira metade do ano, a Stone já se aproxima do “guidance” fornecido para o ano. A empresa projeta chegar ao fim de 2024 com um portfólio de pelo menos R$ 800 milhões em crédito e ultrapassar os R$ 7 bilhões em depósitos.
O CFO da Stone, Mateus Scherer, afirma, no entanto, que as previsões representam “pisos” e, por isso, a companhia não pretende revisar o guidance. Ele acrescenta que a carteira de crédito total ainda é pequena e, portanto, há muito espaço para crescimento, independentemente das condições macroeconômicas. “O ritmo de crescimento, no entanto, não será linear, estamos fazendo vários testes, com diferentes perfis de clientes.”
A inadimplência da carteira era de 2,6% ao final de junho. Scherer destaca que a Stone trabalha com um modelo de perda esperada de 10%, mas, no início, optou por fazer provisões na casa de 20%, volume que agora está sendo reduzido para 18%.
A oferta de crédito, que derrubou os resultados e as ações da empresa em 2021, foi reformulada em 2022 e novos testes começaram a ser realizados no ano passado. Agora, a ideia é expandir a oferta, mas de forma cautelosa.
A Stone também destaca que, ao longo do ano, a companhia alocou recursos para o programa de recompra de ações aprovado em 2023 e já executou quase a integralidade do R$ 1 bilhão proposto.