03/06/2024 - Visa quer crédito, débito, pré-pago, voucher e pontos no mesmo cartão
VoltarPor: Valor Econômico
A Visa quer dar mais flexibilidade ao uso de cartões, permitindo que o usuário alterne entre diferentes fontes de financiamento com um mesmo cartão, seja ele físico ou virtual, e até crie regras pré-definidas de utilização de cada forma de pagamento. De acordo com a bandeira, trata-se de uma evolução em relação ao cartão múltiplo, com os trilhos de crédito, débito, pré-pago, voucher e pontos de programa de fidelidade podendo ser incluídos.
Chamada de “Visa Flexible Credential”, a solução está disponível na Ásia e será lançada em breve nos Estados Unidos. Ainda não há previsão de implementação no Brasil, mas a ideia é que um piloto comece a ser realizado no ano que vem, diz o vice-presidente de soluções e inovação, Fernando Amaral.
“O consumidor final tem uma lógica própria de como usar as credenciais, de quando usa débito, quando usa crédito à vista ou parcelado. O que estamos fazendo agora é tirar essa complexidade de ele ter vários cartões”, explica Amaral. “Através de uma credencial flexível, o consumidor pode reunir todas essas formas de pagamento e até fazer predefinições sobre quando prefere usar uma ou outra”.
Para o emissor do cartão, ou seja, bancos ou fintechs, há vantagens relacionadas à eficiência e melhoria da experiência oferecida ao cliente, diz o executivo. Amaral pondera, no entanto, que o novo produto representa uma mudança importante na forma como a indústria de cartões opera e, portanto, ainda não é possível dizer quando ele estará sendo utilizado em escala no país.
O “Visa Flexible Credential” foi apresentado neste mês no Fórum Anual de Pagamentos Visa, em São Francisco, nos Estados Unidos. No evento, a companhia também falou sobre a expansão do “Click to Pay”, carteira digital capitaneada pelas bandeiras, e das soluções de pagamento que utilizam a tecnologia de aproximação (NFC) e sobre novos recursos de segurança.
Em funcionamento em alguns países, o “Click to Pay” aparece para o usuário como um botão padronizado no e-commerce que armazena dados de cartões de forma criptografada e, assim, permite a finalização de compras com poucos cliques. O recurso foi lançado em fevereiro no Brasil, mas, por ora, só está disponível para cartões de crédito. Inicialmente, a ideia era incluir o débito ainda no primeiro semestre, mas, segundo Amaral, é mais provável que isso ocorra no terceiro trimestre.
A bandeira informou que está ainda integrando o serviço de chaves de pagamento, focado em confirmação de identidade do consumidor e autorização de pagamentos on-line com verificação de biometria (facial ou digital), no Click to Pay. “Com isso, relacionamos o cliente ao dispositivo, o que traz uma segurança enorme às transações”, afirma Amaral. De acordo com ele, essa integração deverá ocorrer no ano que vem no Brasil.
Outro objetivo da companhia é expandir as possibilidades de transação por aproximação, conceito chamado de “Tap to Everything”. Hoje, já é possível que o lojista aceite transações utilizando seu celular como “maquininha” e, mais recentemente, foi lançado recurso que viabiliza que o consumidor conclua uma compra on-line aproximando o cartão do próprio celular. A segunda opção está em fase de testes com a Ingresse. “O piloto está indo superbem. Existe um trabalho de apresentação e educação para que as pessoas saibam que a solução existe e fiquem à vontade para usá-la, mas o potencial é grande”, diz o executivo.
A Visa quer incluir outros recursos no universo “Tap”, como a possibilidade de adicionar cartões a uma carteira ou aplicativo e autenticar transações on-line por meio da aproximação.
Amaral afirmou que a companhia também quer escalar o produto de segurança para transações em tempo real (Pix, no caso do Brasil), que já está sendo testada no país. Chamado de “Visa Protect to A2A Payments”, a tecnologia fornece um “score” em tempo real para o banco antes de uma transferência instantânea ser confirmada. Em outra frente, a bandeira trabalha no uso de “tokens” de dados para personalização de processos como de compra e venda.