04/03/2024 - Acionistas da Cielo discutirão em 2 de abril nova avaliação do preço por ação em OPA
VoltarPor Mariana Ribeiro | Valor
O conselho de administração da Cielo reuniu-se nesta quinta-feira e decidiu convocar para 2 de abril a assembleia especial para tratar da realização de nova avaliação do preço justo por ação na oferta de aquisição de ações (OPA) da credenciadora. A decisão atende a um pedido dos acionistas minoritários, que estão questionando o valor oferecido pelos controladores.
A companhia informa que os conselheiros independentes debateram a indicação, contida nos pedidos de convocação da assembleia, de escolha do J. Safra para elaboração do novo laudo de avaliação da oferta. Eles avaliaram, no entanto, que o J. Safra pertence ao mesmo grupo que o banco Safra, que também atua como credenciadora.
Assim, os conselheiros independentes recomendaram aos acionistas titulares de ações em circulação, que participarão da assembleia, que “avaliem, com atenção, a contratação da referida instituição para a elaboração do novo laudo”. Eles aprovaram, ainda, por proposta da diretoria, a inclusão do Rothschild como opção de avaliador para a elaboração do novo laudo.
De acordo com o comunicado, os conselheiros independentes decidiram também orientar a diretoria da Cielo a não compartilhar informações, com qualquer empresa que venha a ser escolhida pela assembleia especial, “que sejam sensíveis ou estratégicas sob o ponto de vista concorrencial e, portanto, que possam resultar em prejuízos aos interesses da companhia e de seus acionistas”.
Ao anunciarem a intenção de tirar a Cielo da bolsa, os bancos controladores, Bradesco e Banco do Brasil, ofereceram R$ 5,35 por ação com base em relatório elaborado pelo Bank of America (BofA). Desde o início era esperado que o valor fosse contestado por minoritários.
Na semana passada, seis gestoras e os acionistas individuais Luiz Barsi e Victor Adler, que juntos têm uma fatia de quase 15% na Cielo, se juntaram para pedir a convocação de uma assembleia para que seja contratado um novo laudo.
O processo de registro da OPA foi suspenso, conforme protocolo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A suspensão é uma praxe quando ocorre uma divergência entre controladores e minoritários sobre o preço a ser oferecido na operação. Segundo o Valor apurou, Banco do Brasil e Bradesco seguem com a mesma intenção inicial de deslistar a credenciadora, embora a discussão sobre preço possa ser um entrave.