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19/05/2023 - Stone empresta R$ 6 mi na retomada do crédito e diz que postura será cautelosa

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Mariana Ribeiro | Valor Econômico

Desde que retomou os testes na área de crédito, no início deste ano, a Stone emprestou cerca de R$ 6 milhões para aproximadamente 200 clientes, disse o CEO da empresa, Pedro Zinner, ao Valor. A companhia já começou a escalar a solução, mas com uma abordagem conservadora, acrescentou.
 
“Vamos aumentar essa solução dependendo das condições de mercado e da conclusão dos testes que estamos fazendo”, disse Zinner. A oferta de crédito, que derrubou os resultados e as ações da Stone em 2021, foi reformulada no ano passado e novos testes começaram a ser realizados mais recentemente.
 
A diretora de estratégia da Stone, Lia Matos, disse que a empresa aprendeu com a primeira experiência com o crédito e está muito satisfeita com os resultados iniciais na área. “Todas as métricas até agora estão em linha ou até melhores do que as nossas expectativas.”
 
O produto é atrelado às soluções de “banking” e adquirência e conta com pagamentos diários, em linha com as vendas do lojista. “É muito alinhado com a capacidade de pagamento do cliente e nos permite ter bastante previsibilidade do fluxo de pagamento futuro.” Ela destaca que essa dinâmica permite que a empresa identifique “comportáveis indesejáveis" logo no começo. 
 
“É como se fosse um funil e estamos calibrando a abertura. Conforme o produto for ganhando maturidade, vamos abrindo mais esse funil sem deteriorar demais a qualidade do crédito concedido”, acrescenta Zinner.
 
O CEO destacou que a estratégia de crescimento da Stone é centrada em valor e retorno. “Não é uma dinâmica de mercado onde vamos crescer a qualquer custo, jogando preço para baixo para ganhar participação.”
 
A diretora de estratégia explicou que a companhia fez um novo ajuste de preços no primeiro trimestre, mas que o grosso do movimento foi feito já no ano passado. “Estamos constantemente observando a carteira de clientes e o custo de ‘funding’ e tomando decisões sobre quais clientes precisamos reprecificar e como vamos precificar a venda nova. É um processo contínuo".
 
Crescer com rentabilidade e expandir serviços são prioridades
 
Crescer com rentabilidade, gerar caixa, expandir a oferta de serviços financeiros, dar os primeiros passos na integração da área de software e seguir com o processo de otimização de custos são as prioridades da Stone para 2023, disse Zinner, ao Valor.
 
“Em linhas gerais, as diretrizes que foram passadas no início do ano estão sendo mantidas e a ideia é focar na execução. O desafio é priorizar”, afirmou.
 
Em relação à visão de médio e longo prazo, o executivo afirmou que a empresa ainda está trabalhando em sua estratégia até 2030. Esse plano deverá ser apresentado aos investidores em evento programado para o terceiro ou quarto trimestre. 
 
Integração com a Linx não de curto prazo
 
A integração com a Linx não é um processo de curto prazo, destacou Zinner. Há uma série de iniciativas em andamento e, para 2023, o plano é iniciar esse movimento por algumas verticais para depois expandir o que foi implementado.
 
A área de software fornece para a empresa uma grande vantagem comparativa, mas é preciso “fazer o dever de casa” em uma série de pontos, disse o CEO. “A gente precisa otimizar a estrutura de custos dentro da plataforma e realmente começar a explorar o ‘cross selling’ [venda cruzada] de produtos.”
 
Para economista-chefe, é falácia atribuir juros altos no rotativo do cartão ao parcelado sem juros
 
É falacioso atribuir os juros altos praticados no rotativo do cartão de crédito à existência do parcelado sem juros, assim como é falso dizer que existe alguma forma de subsídio cruzado no produto, disse Vinicius Carrasco, economista-chefe da Stone, ao Valor. 
 
Ele afirmou que a companhia não acompanha diretamente as discussões envolvendo possíveis mudanças no rotativo. Mas acredita que o cartão de crédito foi desenhado de forma a garantir que "todos os participantes tenham remuneração adequada ao risco que incorrem”.
 
“A tarifa de intercâmbio [que remunera o emissor do cartão] no crédito é substancialmente maior que a praticada em produtos que não têm risco de crédito”, disse.
 
Para ele, a melhor forma de resolver o problema dos juros altos na modalidade é via competição. É possível, por exemplo, construir a infraestrutura necessária ou usar o “open finance” para viabilizar a portabilidade. 
 
"É um produto que foi criado para lidar com as particularidades da economia brasileira e qualquer mudança pode ter efeitos deletérios para economia", disse.
 

 

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