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01/09/2022 - ‘Aproximação’ cresce rapidamente

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Por Valor Econômico | Luiza Mahlmeister

 

 

Um dos efeitos do fim da pandemia é que as pessoas passaram a usar mais o celular ou o cartão para pagamentos sem contato, modalidade que já representa um terço nas compras presenciais. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), a expectativa é que metade das transações sejam pagas por aproximação até o final de 2022. A modalidade registrou alta de 344,5% no primeiro semestre de 2022 sobre igual período de 2021, movimentando R$ 235,5 bilhões. No período, foram mais de 4,6 bilhões de pagamentos por aproximação. Em junho, 33,4% de todas as compras presenciais com cartões foram feitas dessa forma usando a tecnologia Near Field Communication (NFC). O pagamento por aproximação com credenciais Visa cresceu 700% entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021 no Brasil, segundo dados da Visa Consulting & Analytics.

As formas de pagamento sem contato mais comuns, além do cartão, são o Pix, QR code e o bilhete único de transporte. Segundo a PwC, 46% dos brasileiros com smartphone são usuários ativos mensais de pagamento por QR code. “Em um futuro próximo a biometria e dispositivos no conceito de internet das coisas vão ganhar mais relevância”, afirma Willer Marcondes, sócio da PwC. A China é o país que mais se destaca nessa frente, com o uso de biometria em universidades para a identificação do estudante e para o consumo de produtos no campus. “É o chamado ‘smile and pay’ (sorria e pague), com a pessoa olhando para a câmera e autorizando o pagamento, que pode ocorrer com o uso da impressão digital ou da voz para iniciar a transação. O sistema mantém armazenado esse reconhecimento”, explica Marcondes.

Além da biometria, dispositivos conectados fazem transações automáticas, como, por exemplo, uma geladeira que envia ordens de compras de acordo com o estoque registrado, ou aparelhos que recebem a conta de luz, fazem a confirmação com leitor de consumo e autorizam o pagamento, além de televisões conectadas que permitem a compra de produtos enquanto se acompanha um programa, um filme ou uma transmissão esportiva.

“Queremos converter US$ 18 trilhões dos gastos de consumidores de transações físicas em pagamentos digitais”, afirma Hugo Costa, diretor executivo de soluções da Visa. A tecnologia Visa Secure Access Module (VSA) por aproximação foi adotada em diferentes modalidades de transportes com a instalação de um chip nas catracas. “No Rio de Janeiro está presente no metrô, ônibus, trem, barcas e pedágios, sendo que o número de transações quintuplicou na comparação dos primeiros três meses de 2022 com os primeiros meses de 2021”, afirma Costa.

Os pagamentos por aproximação representavam 8,6% de todos os valores capturados pela Cielo em junho de 2021, e em junho de 2022 alcançaram 19,6% das receitas, ou seja, mais que dobraram no intervalo de um ano, destaca Walter Rinaldo, diretor de produtos da Cielo.

Dados da Visa apontam que os índices de fraude em transações com a tecnologia por aproximação caíram 37% no primeiro trimestre de 2022 comparado ao mesmo período do ano passado. Par aumentar a segurança, as bandeiras de cartões trabalham com plataformas de tokenização, isto é, a substituição dos dados reais por outros equivalentes, com o mesmo formato, e protegidos por uma chave de criptografia já integrada nas transações sem contato. Uma loja on-line, por exemplo, armazena tokens que nada mais são que cartões adicionais associados ao cartão do cliente, mas que servem somente para aquela compra. “A vantagem dessa tecnologia é que mesmo que sejam extraviados não podem ser usados em outras lojas, diminuindo a responsabilidade dos comerciantes”, explica Eduardo Cunha, CEO da HST Card Technology.

Carteiras digitais no celular, como a Apple Pay ou Samsung Pay, armazenam os quatro últimos dígitos do cartão físico e dígitos próprios, cujo token só funciona naquele dispositivo. “Nos pagamentos por aproximação com carteira digital o cliente faz a autenticação por biometria ou digitando a senha, diminuindo a possibilidade de fraude”, diz Cunha.

O perigo dos pagamentos com QR code é o direcionamento do consumidor a um site falso do banco. “Para se prevenir é importante escanear apenas códigos de lugares confiáveis e redobrar os cuidados ao checar as informações sobre o link que será aberto para confirmar a transação”, alerta Josemando Sobral, diretor geral da Unxpose.

 

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