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01/06/2022 - Stone: Fundador abre mão de ‘supervoto’ e empresa terá mudança de controle

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Por Mariana Ribeiro | Valor Econômico 

A Stone anunciou hoje que enviará ao Banco Central (BC) um requerimento técnico de mudança de controle. Após a autorização do processo, haverá uma redução na concentração de votos dos fundadores, fazendo com que nenhum acionista único tenha mais de 50% do poder de voto da companhia.

Em comunicado ao mercado, a credenciadora diz que, após a saída do cofundador da empresa Eduardo Pontes do conselho de administração, ocorrida em março, e seu desejo de converter suas participações em ações classe B com direito a voto (que atualmente são detidas indiretamente por meio de holdings) em ações classe A de propriedade direta de seus veículos familiares, as subsidiárias Stone Pagamentos e Stone Sociedade de Crédito Direto submeterão ao BC o requerimento. A implementação da reestruturação está sujeita à aprovação do regulador.

A diferença se dá porque as ações classe B têm direito a dez voto, enquanto as classe A têm apenas um voto. Com isso, na prática, Pontes abre mão de boa parte de sua capacidade de influenciar as decisões na companhia, que está em processo de reestruturação e viu seu valor de mercado derreter no último ano.
 
“Em decorrência da desvinculação de Eduardo Pontes da Holding Company dos fundadores (“HR Holdings”) e, consequentemente, da conversão de suas ações Classe B com Voto Múltiplo originais em ações Classe A com Voto Regular, os dois cofundadores da companhia, possuem, coletivamente e individualmente, menos de 50% do poder de voto”, diz a companhia. “Embora um dos fundadores, André Street, ainda seja um acionista de referência, após a autorização do Banco Central haverá uma diminuição na concentração de votos de nossos acionistas fundadores, fazendo com que nenhum acionista único tenha mais de 50% do poder de voto", acrescenta.
 
De acordo com o CEO da Stone, Thiago Piau, a reorganização é uma “consequência mecânica e natural” da saída de Pontes e entrada de Conrado Engel no conselho. Para ele, o processo é uma “evolução positiva na governança e maturidade da organização”. “No dia a dia da empresa nada muda, continuamos a ter a presença e o compromisso do André Street como chairman, fundador e acionista de referência da companhia.”
 
Já Street afirma que a companhia vem se esforçando continuamente nos últimos meses para aprimorar a governança e lista as mudanças colocadas em prática pela empresa. “Trouxemos novos líderes experientes tanto para a administração quanto para o conselho de administração, aumentamos o percentual de membros independentes do conselho de 40% na época de nosso IPO há quase quatro anos para 90% atualmente e reestruturamos nossa gestão estratégica e relatórios em duas áreas de negócios: Plataforma Financeira e Soluções de Software. Também tomamos medidas importantes para equilibrar melhor nosso forte crescimento com rentabilidade.”
 
Segundo apurou o Valor, a visão na companhia é de que a mudança decorre da decisão individual de Pontes e não tem relação com outros fatores, como uma possível venda da credenciadora. Desde o ano passado, a Stone vem tentando resgatar a confiança do mercado depois de ver seu valor de mercado cair mais de 80%. Nesta quarta-feira, as ações da empresa eram negociadas com alta de 2,99% após a divulgação das mudanças na estrutura, cotadas a US$ 10,34.
 
No mês passado, o Pipeline, site de notícias do Valor, noticiou que o BTG Pactual estaria interessado na Stone - de olho no acesso que esta tem a pequenas e médias empresas, segmento em que o banco controlado por André Esteves pretende crescer.
 
 

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