16/02/2022 - Stone tenta vender registradora TAG, mas missão não é fácil
VoltarPor Talita Moreira | Valor Econômico
A Stone procura interessados em comprar um pedaço ou a totalidade da TAG, sua registradora de recebíveis de cartões, apurou o Valor. Mas a tarefa não é fácil.
Há poucos interessados no negócio. A registradora Cerc e a B3 estariam entre eles, segundo fontes a par do assunto. A primeira é a candidata natural e a que teria mais sinergias com a operação. A bolsa, por sua vez, entraria num nicho novo, mas poderia enfrentar questionamentos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) justamente por expandir sua atuação para mais um segmento do mercado.
De acordo com um interlocutor, a Stone também sondou outras credenciadoras, sem sucesso — ter uma operação de adquirência e de registradora ao mesmo tempo representa uma verticalização, e poderia ser difícil atrair clientes para um negócio em que a empresa é ao mesmo tempo prestadora de serviços e concorrente.
A TAG é uma das três registradoras autorizadas pelo Banco Central (BC) a fazer o gravame dos recebíveis de cartões, uma aposta do regulador para fomentar crédito mais barato a micro e pequenas empresas. As outras são Cerc e CIP, ligada aos grandes bancos.
As dificuldades enfrentadas pelo sistema de registro de recebíveis lançado pelo BC em meados do ano passado são outro obstáculo para a TAG. Até agora, ainda restam alguns problemas na interoperabilidade entre as registradoras. Quem assumir a empresa terá de ajudar a contorná-los.
A TAG é a menor das três registradoras. A companhia atende parte das operações da própria Stone (exceto a área de crédito da fintech) e algumas subadquirentes que fazem parte da rede da própria credenciadora. Dessas, a maior é o Rappi, aplicativo de delivery de alimentação.
Em entrevista recente ao Valor, o presidente da Stone, Thiago Piau, afirmou que o produto de crédito está sendo reformulado e será relançado em breve.
Procurada, a Stone não comentou o assunto.
