03/02/2022 - Stone, PagSeguro e até Nubank despencam puxados por PayPal
VoltarPor Álvaro Campos | Valor Econômico
As ações da PayPal, uma das primeiras e maiores fintechs do mundo, despencaram nada menos do que 24,59% nesta quarta-feira, após a companhia divulgar ontem um resultado abaixo do esperado e reduzir o guidance para este ano, além de abandonar a estratégia de crescer agressivamente a base de clientes e agora focar em tornar os clientes mais engajados. O abalo sísmico causado pela companhia levou junto fintechs em geral, e empresas de pagamento em particular.
As ações da Stone recuaram 12,44%, para a mínima histórica de US$ 14,01, e agora acumulam perda de 82,18% em 12 meses. PagSeguro perdeu 11,90% e cai 62,23% em 12 meses. Não adiantou nem a companhia ter divulgado uma prévia operacional considerada boa pelos analistas hoje. Até o Nubank foi contaminado, perdendo 7,54%.
As ações de tecnologia - em especial, aquelas chamadas de alto crescimento - estão sendo penalizadas nas últimas semanas em função das expectativas de aumento de juros nos EUA. Qualquer mudança na taxa altera diretamente o valuation dessas companhias, que muitas vezes é calculado a partir do fluxo de caixa descontado. Ainda assim, nas últimas sessões tiveram uma recuperação e hoje o Nasdaq avançou 0,50%.
Já o Inter recuou 9,54% e agora cai 50,89% em 12 meses. Ontem, na Live do Valor, o CEO do banco, João Vitor Menin, afirmou que o mercado é soberano, mas que tem confiança nos seus produtos e iniciativas, e que isso não tira a vontade de continuar crescendo e expandindo para outros países. “A gente não pode achar que quando a ação está no high [máxima] você está com uma empresa redonda, não precisa fazer mais nada, e nem que, quando uma ação está mais baixa, seu negócio não é bom e você não vai conseguir conquistar mais clientes. [...] Estamos bem tranquilos com esse movimento das ações, não tira nosso foco”.