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08/07/2014 - Participação da Cielo é inflada por marcas exclusivas

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Por Felipe Marques | De São Paulo
 
A exclusividade em capturar cartões Elo e Agrocard tem dado um empurrão à fatia de mercado da Cielo, em particular no segmento de débito. Tanto que deve ser a credenciadora pertencente a Bradesco e Banco do Brasil a mais impactada nesse quesito quando a abertura de fato chegar.
 
Sem contabilizar o volume de Elo e de Agrocard (que é considerado um produto de débito), a participação da Cielo em cartões de débito seria consideravelmente menor. De acordo com o Goldman Sachs, a fatia de mercado da companhia cairia de 57,7% no primeiro trimestre para 51,3%, excluindo-se os dois produtos. Ficaria, assim, bem mais próximo do percentual da Rede, que seria de 41,9%. Já no cartão de crédito, a participação de mercado da Cielo cai marginalmente sem a Elo, de 54,9% para 54,6% no primeiro trimestre.
 
A ressalva a essa conta é que há uma parte dos cartões Agrocard (antes só emitidos como Visa Agro) que já têm a marca Elo, ou seja, há possibilidade de dupla contagem na base de débito da Elo. No primeiro trimestre, o Agrocard movimentou R$ 2,33 bilhões, com avanço de 98,5% ante o mesmo período de 2013.
 
"A tendência é que, quando a exclusividade acabar, a competição fique mais difícil, especialmente para a Cielo", diz Carlos Macedo, do Goldman Sachs. O analista afirma que, embora a abertura deva traga impactos em market share, como Elo e Agrocard são produtos de menor rentabilidade para a Cielo - em comparação a Visa e MasterCard - o efeito nos resultados não seria tão relevante.
 
Assim como a Elo cria uma reserva de mercado para Cielo, a Rede conta com suas marcas exclusivas: a Hiper e a Hipercard. O Itaú, controlador da Rede, não divulga números relativos à bandeira, mas o Valor apurou que ela representaria 2,8% do volume total do mercado (perto de R$ 6,2 bilhões) no primeiro trimestre, praticamente estável ante um ano antes. Diferentemente da Elo, a Hiper conta apenas com modalidade crédito e também contribui para aumentar a fatia de mercado do Itaú na modalidade (39% no primeiro trimestre).
 
Mais difícil de quantificar é qual o impacto da redução do chamado "efeito arresto" com o fim das exclusividades remanescentes. Como algumas marcas exclusivas são fundamentais em alguns negócios - caso da Amex em lojas de luxo -, o lojista que não quiser perder venda se vê forçado a ter a máquina que aceite aquele cartão. Nesse caso, o preço que a credenciadora concorrente pode oferecer acaba ficando em segundo plano.
 
Vale lembrar que a American Express tem uma particularidade. Graças ao seu modelo de negócio específico, as compras com Amex não são contabilizadas no market share da Cielo, como ocorre com a Elo. Levantamento obtido pelo Valor mostra que a bandeira de luxo representava cerca de 2,6% do mercado no primeiro trimestre.
 
 
 
Fonte: Valor

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