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19/11/2021 - Bancos tentam atrair clientes para cartão de crédito nos EUA

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Por AnnaMaria Andriotis | Dow Jones Newswires - Valor Econômico

Os americanos quitaram suas dívidas de cartão de crédito durante a pandemia. Agora as operadoras de cartões estão gastando muito para conseguir que tomem créditos de novo. Os custos dos bancos com marketing de cartões de crédito dispararam no último trimestre, e há poucos sinais de que essa onda de gastos multibilionários vá parar logo.

As propostas de cartão de crédito enviadas por correio estão acima dos níveis anteriores à pandemia. As operadoras têm feito ofertas de reembolsos e outras recompensas mais generosas.

Durante os dois últimos trimestres, os cartões com reembolso ofereceram uma média de 1,11% por dólar gasto, acima do 1,08% do início do ano e o maior nível desde pelo menos 2010, segundo a WalletHub.com. A oferta de milhas ou pontos atingiu seu ponto mais alto em mais de uma década, com 1,2 milhas ou pontos por dólar gasto.

Os bancos têm se aventurado em novas direções para atrair um conjunto mais amplo de consumidores. O Capital One Financial, conhecido por seus cartões de crédito “subprime” e de prêmios de viagens com taxas anuais modestas, lançou o Venture X, um cartão de US$ 395 por ano que dá acesso à sua primeira sala VIP de aeroporto. Já a American Express acrescentou um benefício para clientes do Walmart ao seu cartão Platinum, que tem uma taxa anual de US$ 695.

Quase todas as operadoras de cartões têm o mesmo objetivo: encontrar titulares de cartão com boa pontuação de crédito que terão saldo devedor. Esses clientes estão entre os mais lucrativos para os bancos e sua ausência é sentida profundamente. A lucratividade dos cartões nos grandes bancos caiu no ano passado para seu nível mais baixo desde 2009, de acordo com o Federal Reserve.

Os gastos com cartão de crédito caíram drasticamente nos primeiros tempos da pandemia, quando as viagens estavam proibidas e os restaurantes fechados. Os saldos dos cartões de uso geral e de lojas seguiram na mesma direção e caíram em US$ 166 bilhões de janeiro de 2020 a abril de 2021, de acordo com a empresa de relatórios de crédito Equifax. Muitos titulares de cartão encerraram suas contas por completo. O número total de cartões de crédito pré-aprovados nos EUA caiu 7% de janeiro de 2020 a março de 2021. Desde então, os gastos com cartão de crédito voltaram aos níveis anteriores à pandemia. Mas os saldos não.

A Visa disse que os gastos feitos com seus cartões de crédito nos EUA subiram 20%, para US$ 622 bilhões, durante o último trimestre, em comparação com um ano antes. Cerca de 40,4 milhões de cartões de crédito foram emitidos durante os primeiros sete meses deste ano, um aumento de 83% em relação ao ano passado, de acordo com a Equifax. A empresa relatou que os saldos em cartões de crédito de uso geral e de lojas nos EUA cresceram 5%, para US$ 784 bilhões, desde abril passado, quando chegaram a seu ponto mais baixo, até setembro. Os saldos continuaram a aumentar em outubro, segundo as operadoras de cartões.

Os dois maiores bancos dos EUA - o J.P. Morgan Chase e o Bank of America - informaram que o volume de compras com cartão de crédito durante o terceiro trimestre aumentou 30% e 26%, respectivamente, em relação a um ano antes. Os saldos dos cartões subiram em cerca de 2% no J.P. Morgan e caíram 4% no Bank of America.

Uma redução na dívida do cartão de crédito é, obviamente, uma coisa boa para os consumidores. Saldos menores significam pagamentos mais baixos de juros e menos risco de inadimplências prejudiciais ao perfil de crédito. Pagamentos atrasados de cartões continuam perto de seus níveis históricos mais baixos.

Segundo os bancos, muitas pessoas são capazes de pagar integralmente suas contas de cartão porque suas poupanças estão mais altas do que o normal. Eles esperam que isso diminua à medida que o dinheiro do estímulo para enfrentar a covid-19 se esgote e as pessoas voltem aos hábitos de consumo anteriores à pandemia.

Enquanto isso, os bancos esperam que gastar agora traga retornos no futuro. Segundo as operadoras, a tendência é que exista uma defasagem entre a abertura de contas e o aumento dos saldos, e a demanda reprimida significa que os consumidores estão prontos para gastar.

Os gastos com marketing da American Express aumentaram 26% no terceiro trimestre em relação a um ano antes, para US$ 1,4 bilhão. No início do ano, ela informou que esperava gastar mais de US$ 5 bilhões em marketing em 2021. Já as despesas com marketing do Capital One dispararam, 165%, no terceiro trimestre. A Discover Financial Services teve um aumento de gastos com marketing de 50% no período. A abertura de novas contas de cartão de crédito até setembro subiu 27% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas os saldos cresceram apenas 1%.

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