11/10/2021 - Ação da PagSeguro despenca em NY após nova regra do BC sobre cartões pré-pagos
VoltarPor Álvaro Campos | Valor Econômico
As ações da PagSeguro operam em forte queda em Nova York nesta segunda-feira, após o Banco Central divulgar na noite de sexta uma nova regra que limita as tarifas cobradas em transações com cartões pré-pagos. Por volta das 14h15 o papel recuava 6,75%, a US$ 34,10. Na mínima do dia, chegou a US$ 31,10, com recuo de 14,96%.
O BC editou consulta pública propondo harmonizar as regras relativas à tarifa de intercâmbio (TIC) de cartões pré-pagos às dos cartões de débito. A proposta prevê limite máximo de 0,5% relativo à TIC, aplicado em qualquer transação de cartões de débito e pré-pagos; e vedação de prazos máximos diferentes para disponibilização dos recursos ao usuário final recebedor envolvendo esses dois instrumentos de pagamento.
Segundo o BC, a intenção é harmonizar regras, custos e procedimentos associados a instrumentos de pagamento que apresentam grande similaridade sob o ponto de vista do funcionamento do serviço de pagamento prestado, com o objetivo de trazer mais eficiência ao ecossistema de pagamentos.
De acordo com um relatório do Citi, a PagSeguro está entre as credenciadoras mais afetadas e a nova regra pode reduzir suas receitas anuais em até 4%. O Goldman Sachs tem uma avaliação semelhante. Com base no TPV (excluindo adquirência) de R$ 71 bilhões da PagSeguro em 2020 e considerando que cerca de um terço disso foi de cartões pré-pagos, o banco calcula que ela tem uma participação de mercado de quase 50%. Além disso, diz que as tarifas cobradas no pré-pago costumam ser mais próximas do cartão de crédito do que do de débito. "Nossos cálculos preliminares indicam uma tarifa de 1,08% do PagBank em pré-pagos em 2022 e uma redução de 0,58 ponto, para o novo limite de 0,5%, levaria a uma queda de 5% nas receitas do próximo ano e um impacto de 22% no lucro antes de impostos".
