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30/09/2021 - Plataformas de grandes bancos agregam funcionalidades

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Por Danylo Martins | Valor Econômico

O avanço dos bancos nativos digitais, além de trazer novas alternativas para o mercado, fez com que as grandes instituições financeiras se movimentassem para construir suas próprias plataformas, inclusive com operações separadas. O movimento acompanha a mudança de hábitos do consumidor e a curva de crescimento do mobile banking, que representou mais da metade (51%) das transações em 2020, segundo dados da última pesquisa de tecnologia bancária feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Prestes a completar quatro anos de operação, o Next - banco digital do Bradesco - tem buscado cada vez mais caminhar com as próprias pernas como uma empresa independente, apesar de ter o banco como principal acionista. O neobank acaba de ultrapassar a marca de 7 milhões de clientes, que estava prevista para dezembro. “Estamos num movimento acelerado de captação de clientes. Agora queremos chegar a 10 milhões até o fim do ano”, diz Renato Ejnisman, CEO do Next.

Neste ano, o banco digital ampliou a oferta de crédito - um dos motores para a abertura de conta -, lançou débito automático de conta e passou a oferecer um CDB com remuneração de 200% do CDI pelos primeiros 30 dias de aplicação. Além disso, o Next oferece desde o início uma plataforma de ‘mimos’, com descontos, promoções e cashback. No total, já são 69 parcerias em categorias como alimentação, educação, entretenimento, pets, viagens, entre outras. A expectativa é colocar no ar, em novembro, o marketplace, em mais um passo para aumentar a recorrência de uso da plataforma.

A meta do BTG+ - banco digital de varejo lançado há um ano pelo BTG Pactual - é ser a “primeira opção” de banco para os clientes, enfatiza Rodrigo Cury, head do BTG+, citando que a operação nasceu já com o conceito de banco completo. “A missão é que toda a vida bancária seja feita conosco”, afirma. O neobank aposta em uma plataforma contextual, o que significa estar inserido em diferentes momentos da vida e do dia a dia dos clientes, utilizando grandes volumes de dados, inteligência artificial (IA) e machine learning.

Uma das principais inspirações, diz o executivo, são as plataformas digitais e empresas da nova economia como Netflix e Spotify. “A pessoa entra no app e parece qualquer coisa, menos um aplicativo de banco”, diz. O BTG+ acaba de lançar a modalidade de crédito com garantia de imóvel (home equity) e prevê trazer nos próximos meses as linhas de consignado privado e crédito imobiliário. “Também devemos lançar em breve a oferta de seguros.”

O iti, plataforma de pagamentos e conta digital lançada em 2019 pelo Itaú Unibanco, também vem incluindo novos produtos e serviços no aplicativo, como o empréstimo pessoal e o agregador de saldos, funcionalidade que permite aos usuários visualizarem, de forma integrada, quanto têm de dinheiro em diferentes contas no Itaú. “Com a evolução do último ano para cá, deixamos de ser uma carteira digital e hoje somos um banco digital, com cartão, conta digital, crediário, e outras coisas que estão no pipeline”, diz João Filipe Araújo, diretor do iti Itaú.

Do fim do ano passado para cá, o iti triplicou a base e chegou a 9 milhões de clientes em agosto. São, em sua maioria (85%), pessoas que não tinham relacionamento com o Itaú. O público é formado, principalmente, por indivíduos das classes C, D e E, que representam cerca de 90% do total da base. A maior parte (60%) está na faixa etária entre 18 e 30 anos. “Quando você junta tudo isso, o desafio de conceder crédito é diferente, e temos tido evolução significativa”, aponta o executivo.

A Superdigital - conta digital do Santander - mira a inclusão financeira com uma oferta gratuita, que reúne conta pré-paga, cartão, transferências via Pix ilimitadas, saques nos terminais Banco24Horas e empréstimo pessoal, em parceria com a Sim, outra empresa do grupo Santander. “Como é uma conta pré-paga, conseguimos aprovar para mais gente. Tanto quem está vindo pela primeira vez, quanto quem já está inserido no mercado”, explica Luciana Godoy, CEO da Superdigital, hoje com 4,6 milhões de contas digitais.

A fintech também avança em empresas que precisam de pagamentos massivos de salários, comissões, entre outras despesas. E costura acordos com plataformas digitais, que têm no seu ecossistema uma base de trabalhadores autônomos. “É um nicho que vem crescendo”, diz Luciana. No total, são 17,5 mil clientes PJ, incluindo microempreendedores individuais. Desses, são mais de 3 mil clientes de pagamentos massivos (folha de pagamento) e quase 300 de plataformas parceiras.

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