13/06/2014 - Parcelado sem juros no cartão acelera em 2014
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Por Felipe Marques | São Paulo
Em um momento de arrefecimento do avanço do crédito no Brasil, as compras parceladas sem juros no cartão aceleraram a expansão no primeiro trimestre, ante igual período de 2013.
Nos três primeiros meses do ano, foram desembolsados R$ 83,7 bilhões em operações parceladas no cartão, sendo 90% desse total parcelamento sem juros. A conta exclui as operações de crédito rotativo no cartão. O montante representa um crescimento de 19,3% ante o mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre de 2013, tais desembolsos haviam avançado 16,8%.
Os dados sobre o crescimento das operações parceladas no cartão foram calculado pela associação do setor de pagamentos eletrônicos (Abecs) a partir do cruzamento de dados do Banco Central com informações das credenciadoras de cartão (como Cielo e Rede). Isso porque, nos dados da autoridade monetária, o parcelado sem juros e as compras à vista no cartão são somadas em uma mesma categoria (que teve desembolsos totais de R$ 150,9 bilhões no trimestre).
O avanço das concessões de operações parceladas no cartão supera o de outras modalidades importantes da pessoa física, como o crédito consignado, que avançou 12,8% no primeiro trimestre, somando R$ 40 bilhões desembolsados nos três meses.
Para Marcelo Noronha, presidente da Abecs, o parcelado no cartão substitui modalidades de crédito pessoal não consignado e carnês que eram usadas pelo comércio, o que explica o bônus de crescimento da modalidade.
Ele pondera a crítica feita por alguns bancos de que a baixa remuneração do parcelado sem juros explica as altas taxas do crédito rotativo. "O banco se remunera no parcelado sim, na medida em que consegue fazer a antecipação de recursos para o lojista, por exemplo", afirma Noronha.
A associação também encomendou uma pesquisa ao Datafolha, que ouviu pouco mais de mil pessoas em 84 cidades de todo o país. O levantamento mostra que 69% dos entrevistados parcelaram a última compra sem juros, sendo que 24% afirmaram parcelar a maioria das compras.
A pesquisa também mostrou que 85% dos entrevistados disseram ter pago o valor total da última fatura e apenas 4% pagaram o valor mínimo. É a primeira vez que a associação faz um levantamento deste tipo.
Fonte: Valor