05/02/2021 - Listagem da Getnet avança e empresa pode chegar à bolsa no 3º tri
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Por Valor Econômico | Talita Moreira, Álvaro Campos e Fernanda Bompan
O setor de pagamentos vai ganhar mais uma ação na bolsa e isso pode acontecer a partir do terceiro trimestre, quando o Santander espera concluir o processo de listagem da credenciadora de cartões Getnet.
O Santander planeja fazer a cisão da empresa e atribuir a seus acionistas participação proporcional à que têm no banco. A operação foi recomendada pela diretoria ao conselho de administração da instituição financeira.
A listagem não será acompanhada de uma oferta de ações, afirmou ontem o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial. Segundo ele, não há intenção do banco de vender sua participação nem de captar recursos para o caixa da credenciadora. “Não é IPO. Controlador e minoritários passarão a ter ações da Getnet”, ressaltou.
O executivo disse que “não é impossível” que o processo seja concluído no terceiro trimestre. Até o fim de março, o banco planeja obter as aprovações do conselho e da assembleia geral extraordinária e pedir a autorização do Banco Central (BC) para o desmembramento. O passo seguinte será a solicitação do registro de companhia aberta à Comissão de Valores Mobiliários.
O objetivo, segundo Rial, é que os dados da Getnet cheguem de forma mais transparente ao mercado diante da “maturidade” da empresa. De acordo com o banco, a credenciadora alcançou 15% de participação no mercado e de 22% no faturamento digital.
A base ativa de clientes da Getnet cresceu 16% em 2020, para 891 mil e o parque de maquininhas chegou a 1,9 milhão. O volume de pagamentos processados foi de R$ 274 bilhões, com expansão de 32%. Já as operações de antecipação de recebíveis aumentaram 39%, para R$ 73 bilhões. A credenciadora teve lucro líquido de R$ 289,960 milhões.
Para Rial, a Getnet chegará à bolsa com comparáveis, pois há outras credenciadoras listadas. Nos últimos anos, as líderes do setor não tiveram boas experiências na bolsa. A Cielo acumula queda de 40% em 12 meses, e a Rede teve o capital fechado em 2012. Porém, o mercado atraiu novos nomes — Stone e PagSeguro —, que abriram o capital nos EUA com captações bilionárias.