Museu do Cartão de Crédito

02/10/2020 - Consumidor ainda usa pouco a opção virtual que é mais segura

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Por Valor Econômico | Guilherme Meirelles 

 

Lançado pelo sistema bancário em 2016, o cartão de crédito virtual foi “descoberto” pelos clientes apenas este ano, em razão das medidas emergenciais decorrentes da pandemia. Dois fatores motivaram o crescimento nos últimos meses: as medidas de isolamento social, que geraram uma busca por transações de e-commerce, e o aumento das fraudes cibernéticas, que resultou em campanhas internas das principais instituições financeiras alardeando a segurança da ferramenta na hora de fechar uma operação em uma loja virtual.
 
“Pesquisas internas apontam que o uso do cartão virtual no comercio eletrônico é 15 vezes mais seguro que o cartão físico tradicional”, afirma Michele Vita, superintendente do Itaú Unibanco. Segundo ele, a adoção do cartão virtual cresceu 150% desde a pandemia, em meados de março. “Nos últimos 12 meses, o volume de operações triplicou.”
 
Por ser um fenômeno relativamente novo, o consumidor confunde até mesmo a nomenclatura, associando cartão virtual com cartão digital. São produtos distintos. O cartão virtual é aquele gerado pelos aplicativos dos bancos, no qual o cliente fornece o seu número de cartão físico e recebe um novo número e um novo código de segurança (CVV), que valem exclusivamente para uma única transação no comércio eletrônico. Já o cartão digital é aquele emitido digitalmente por um banco digital, mas com um número fixo, nos mesmos moldes do tradicional cartão de plástico, usado corriqueiramente nas operações presenciais.
 
A segurança do cartão virtual é avalizada pela autenticação em três etapas, que incluem senha, token e código de segurança, além do próprio aplicativo do banco. “A principal recomendação é gerar o cartão virtual apenas no momento de concluir a transação para reduzir a janela de exposição, caso haja um software malicioso instalado no computador ou no dispositivo mobile”, afirma Fabio Ramos, CEO da Axur, empresa de monitoramento e reação a riscos digitais.
 
Estudo da Axur aponta que o Brasil na segundo trimestre o Brasil ocupa a incômoda liderança no ranking global de cartões expostos, com 53,9% do total mundial. Apenas no período abril/junho, foram identificados 517.670 cartões de crédito e débito com dados completos, expostos na web superficial e na deep web. O volume impressiona, mas é 48,7% inferior ao registrado no primeiro trimestre, que alcançou 1,009 milhão de cartões vítimas de fraudes.
 
A causa está relacionada com o boom do comércio eletrônico a partir de março. Segundo Franz Schoeborn, diretor de meios de pagamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 100 mil novas lojas virtuais foram abertas apenas em abril e mais de 1 milhão de pessoas efetuaram, naquele mês, a sua primeira operação de e commerce. Antes da pandemia, a média era de 10 mil novas lojas por mês. “As fraudes passaram de 2,7% para 3,5% das compras. Talvez, tanto as novas lojas como os entrantes não tiveram o devido cuidado”, destaca.
 
Segundo estudo mensal da ABComm, o faturamento até agosto foi 56,8% superior ao do mesmo período de 2019, com aumento de 65,7% no número de pedidos.
 

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