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02/10/2020 - Fintechs concorrem com novos produtos

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Por Valor Econômico | Jacilio Saraiva

 
 
As fintechs estão se preparando para o Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, desde o primeiro semestre de 2019. Em quatro empresas ouvidas pelo Valor, a maior parte dos investimentos segue para áreas de pessoal e tecnologia da informação (TI). O Zro Bank, banco digital com sede em Recife (PE) que iniciou operações este mês, já investiu cerca de R$ 500 mil na fase de preparação para a plataforma. Além de concorrer com grandes bancos na oferta do Pix, a ideia das startups financeiras é aproveitar a oportunidade para atrair clientes para novos produtos.
 
“O principal desafio com o Pix é iniciar a operação, junto com outras demandas de produtos que já tínhamos”, diz o CTO do Zro Bank, Marco Carnut. Com matriz na capital pernambucana e filial em São Paulo, a empresa de 60 funcionários pertence aos mesmos sócios do grupo B&T, de operações de câmbio.
 
Os preparativos no Zro Bank começaram em junho. A companhia já contava com uma infraestrutura de servidores e de recursos na nuvem com capacidade de sobra, diz o executivo. Uma nova equipe de desenvolvedores foi contratada para o projeto.
 
Com o Pix, o plano é comprar e vender moedas no esquema 24x7, sem interrupções. “Isso vai aumentar o tempo do usuário na nossa plataforma”, diz Carnut. A empresa oferece transações bancárias em reais e bitcoins. Em breve, deve lançar um cartão de crédito próprio e diversificar o portfólio de moedas, com dólar e euro. Desde maio, operava em fase de testes, com uma base de cinco mil usuários. A previsão é chegar a 100 mil consumidores em três meses.
 
“A chegada do Pix nos ajudará a ganhar escala no nosso objetivo, que é ser uma conta [bancária] simples e intuitiva”, diz Roberto Marinho Filho, CEO da Conta Zap, fintech de pagamento digital via WhatsApp. A fintech catarinense de 61 funcionários iniciou o planejamento para o Pix no final de 2019 e já investiu mais de R$ 19 milhões em novas tecnologias, desde que entrou no mercado, há dois anos. Para enfrentar a concorrência nos pagamentos instantâneos, organizou treinamentos para os colaboradores e contratou consultorias jurídicas e de TI.
 
“Já destacamos uma liderança e um grupo de três profissionais somente para o ‘mundo’ Pix”, diz Marinho. “Muitos produtos serão criados ou reinventados nos próximos anos.” Em julho, fechou parceria com a Oi para a formação de uma joint venture de conta digital para clientes da operadora, com foco em assinantes desbancarizados.
 
Na preparação para o Pix, a Conta Zap promoveu ou contratou especialistas em marketing, desenvolvimento e product owners (executivos focados em produtos), e provisionou outras sete vagas, até o final do ano. Há, ainda, 24 posições em aberto, em funções como analista de chatbot e suporte.
 
Para a SumUp, fintech paulistana de 900 funcionários, a chegada do Pix tornará as transações de micro e pequenos negócios mais ágeis, diz o diretor de marketing e expansão Carlos Grieco. Uma das frentes de trabalho é divulgar a nova solução via redes sociais, e-mail e SMS (mensagens de texto por celular), em uma campanha batizada de “Descomplica num Pix”. “Abordamos as diferenças entre Pix, TEDs e DOCs ou como usar o QR Code nas transações”, explica.
 
Este ano, durante a pandemia, a SumUp apresentou ao mercado novas soluções, como um link seguro para pagamento a distância, uma ferramenta de montagem de lojas on-line para comércios físicos e um sistema de vale-compras, que permite a pequenos empresários vender, antecipadamente, produtos e serviços para serem consumidos depois do confinamento.
 
No início do mês, anunciou a aquisição da Compraquí, processadora de pagamentos chilena, com mais de 80 mil clientes. A operação faz parte da estratégia de expansão global da empresa, que atua em 31 países. A SumUp já operava no mercado chileno desde 2017.
 
Gregório Kelner, head de transações do Guiabolso, que inicialmente vai operar o Pix com clientes pessoa jurídica de bancos parceiros, afirma que o momento é de aproveitar as inovações do ecossistema financeiro. Em agosto, o aplicativo, que começou como um organizador de finanças pessoais, ingressou no setor de movimentação bancária. Agora, os usuários podem utilizar contas que já têm em bancos para realizar transferências instantâneas pelo app, sem tarifa.
 
O plano é ampliar as operações para a quitação de boletos, compras e permitir a divisão de um mesmo pagamento entre contas bancárias diferentes, afirma Kelner. O Guiabolso já recebeu R$ 215 milhões em cinco rodadas de investimentos, desde a sua criação, em 2014.
 

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