12/06/2020 - Consumidor espera fim do dinheiro físico na próxima década, aponta pesquisa
VoltarPor Valor Econômico | Talita Moreira
A pandemia de covid-19 tem levado os consumidores a experimentar novas formas de pagar suas compras e a esperar grandes mudanças para a próxima década, aponta pesquisa divulgada nesta manhã pela Mastercard.
A expectativa de 55% dos entrevistados é que, em dez anos, todas as transações de pagamentos sejam em tempo real e 42% esperam que as lojas não aceitem mais pagamentos em dinheiro. Para 27%, será possível fazer pagamentos usando assistentes virtuais.
O levantamento, realizado pela consultoria Kantar, indicou que a pandemia acelerou novos comportamentos. Uma parcela de 61% testou tipos diferentes de pagamento digital ou por aproximação nos últimos três meses.
A maioria dos entrevistados (56%) também disse ter mudado hábitos de pagamento durante a pandemia. Uma parcela de 75% afirmou ter aumentado o uso de pagamentos digitais nesse período.
A pesquisa ouviu 508 brasileiros com conta bancária e smartphone de todas as regiões do país entre os dias 26 e 30 de maio.
Para o presidente da Mastercard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro Neto, a disponibilidade de tecnologias tem ajudado neste momento. “As mudanças refletem também o trabalho que vem sendo feito”, disse o executivo em entrevista virtual. “Estamos acertando a mão.”
Nos últimos três meses, 72% dos entrevistados disseram ter feito transferências por meio de aplicativos de serviços financeiros e 68% pagaram suas contas dessa forma. Os apps também foram usados para checar o saldo das contas por 75% dos respondentes.
O levantamento detectou ainda que 75% das pessoas gostariam de realizar pagamentos em tempo real independentemente do provedor de serviços do destinatário, e 53% gostariam de fazê-lo por meio de aplicativos de mensagens ou de mídias sociais.
Paro Neto lembrou que as empresas de cartões já oferecem soluções de pagamentos em tempo real — como a MoneySend, da Mastercard — e destacou que o setor está desenvolvendo uma plataforma conjunta, que ainda não está concluída.
De acordo com o executivo, essas tecnologias vão conviver com o Pix, sistema de pagamentos instantâneos que será lançado em novembro pelo Banco Central.
Nas transações feitas com dispositivos móveis, um benefício percebido por 82% foi a possibilidade de fazer transferências e confirmá-las de forma imediata. A facilidade de uso em qualquer lugar foi apontada como uma vantagem por 48% e a possibilidade de ser uma alternativa à carteira física foi citada por 40%. Para 72%, seria desejável poder usar pagamentos digitais em todas as formas de transporte público e 56% disseram que gostariam de ter a opção de dividir uma compra com outra pessoa.
O medo de perder o telefone (52%) e a não aceitação em alguns lugares (47%) foram apontados como as maiores dificuldades dos pagamentos digitais. A dificuldade de uso foi citada por apenas 7%.