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03/06/2020 - Venda em bloco de ações da Stone rende US$ 384 mi a acionistas

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Por Valor Econômico | Flávia Furlan

 

Um grupo de acionistas da credenciadora de cartões brasileira Stone, entre eles os fundadores André Street e Eduardo Pontes, embolsou US$ 384,3 milhões na oferta de um bloco de ações na sexta-feira, segundo o Valor apurou com duas fontes. O incentivo à operação foi uma “janela” de negociação aos controladores e a alta dos papéis no mercado americano após a publicação do balanço referente aos primeiros três meses do ano.

No total, foram oferecidas 13.030.470 ações a um preço entre US$ 29,25 e US$ 29,85. O valor final, no entanto, ficou no meio desse intervalo, em US$ 29,50, o que representou um desconto de 6% em comparação ao fechamento do papel na quinta-feira, a véspera da oferta, quando estava negociado a US$ 31,38. Há um “lock up” de 90 dias para os compradores da oferta.

Segundo o Valor apurou, na operação, coordenada pelo Morgan Stanley, os fundadores André Street e Eduardo Pontes ofereceram ações correspondentes a mais de 5% de sua participação na empresa. A transação não é suficiente para mexer na estrutura do bloco de controle.

A Stone abriu capital na Nasdaq em outubro de 2018, quando levantou US$ 1,36 bilhão ao valor de US$ 24 o papel. Na ocasião, os fundadores venderam 7,9 milhões de ações, ficando com 91,5 milhões em três veículos: HR Holding, Cakubran Holdings e VCK Investments.

A quantia oferecida foi considerada tímida pelo mercado. Em abril do ano passado, no entanto, os fundadores voltaram ao mercado em uma operação que envolvia 20 acionistas e 20,6 milhões de ações, sendo que o preço do papel saiu a US$ 40,50. Street e Pontes ofereceram 6,8 milhões de papéis ordinários, das classes A e B, sendo que 88% deles estão na HR Holding - um veículo de investimento, controlado pela dupla, que detém participação na Stone. O restante dos papéis dizia respeito à participação individual de cada um deles.

Segundo o Valor apurou, na nova operação, os acionistas estão aproveitando uma “janela” de venda, uma vez que no mercado americano há algumas amarras para negociação dos papéis do bloco de controle. Os fundadores se uniram a antigos acionistas da companhia para fazer uma venda coordenada, embora nenhum deles tenha vendido toda a participação. Além disso, eles aproveitam a alta dos papéis após a divulgação de resultados na última terça-feira.

No primeiro trimestre, a Stone sentiu os impactos da crise. O lucro líquido ajustado teve queda anual de 12,9%, a R$ 162,3 milhões, com impacto negativo de R$ 61 milhões causado pela pandemia. Mas o número de clientes ativos chegou a 531,3 mil em março, aumento de 73,9% em um ano. O volume de transações também cresceu, 42,1% em um ano, para R$ 37,6 bilhões no trimestre.

Saltou aos olhos dos analistas a compra de novos negócios para fortalecer o ecossistema de produtos e serviços aos clientes. O destaque no trimestre ficou com a Vitta, que faz gestão de planos de saúde e oferece planos próprios em parceria com seguradoras. A Stone ainda anunciou investimentos na mLabs, que gerencia redes sociais; na Delivery Much, plataforma de entrega de comida; e na MVarandas, de tecnologia para food service.

 

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