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28/05/2020 - ‘Maquininha’ leva auxílio emergencial

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Por Valor Econômico | Flávia Furlan

 

As credenciadoras, empresas de “maquininhas” de cartão, se preparam para ingressar nos programas do governo para pagamento de auxílio emergencial e concessão de crédito a micro, pequenas e médias empresas, em meio aos impactos da pandemia de covid-19 na economia. Essas empresas têm capacidade de distribuição, diante da base de 10 milhões de terminais no país.

“A rede não foi usada até agora porque houve outras prioridades”, disse Pedro Coutinho, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Em março, a associação detectou R$ 148,6 bilhões em transações com cartões no país, aumento anual de 3,4%.

O primeiro passo será viabilizar compras via QR Code em estabelecimentos comerciais com o auxílio emergencial depositado no aplicativo da Caixa. A expectativa é que a funcionalidade esteja pronta para uso da terceira parcela do benefício, em projeto liderado pela bandeira Elo. As credenciadoras serão remuneradas pela prestação de serviço com a cobrança de uma taxa. O valor será de até 1,20% em cada transação.

O setor ainda mantém conversa com o Banco Central e o Ministério da Economia para participar em programas de distribuição de crédito. Entre os programas ainda em desenvolvimento, está o Pronampe, que prevê R$ 15,9 bilhões a empresas de pequeno porte. Coutinho ressaltou que não houve resistência do governo para uso das credenciadoras na concessão dessas linhas.

Uma preocupação do setor, no entanto, são as tentativas de se tabelar a taxa de juro do cartão de crédito pelo Senado. Como alternativa, o governo discute a possibilidade de o BC editar uma resolução que estabeleça uma “trava”, como foi feito no cheque especial.

Segundo Coutinho, os juros são elevados no país devido a um “subsídio cruzado”: existe um período de carência da cobrança - entre a compra efetiva e o vencimento da fatura - e a modalidade de parcelado sem juros. Com essas “gratuidades”, que atingem mais de 70% das transações, consumidores que realmente pagam juros acabam tendo taxas altas.

Com a crise, o próprio setor tem sido impactado. Os brasileiros deixaram de transacionar R$ 20 bilhões com cartões em março. Nas capitais, houve uma queda de 2,1% no volume, para R$ 44 bilhões. Já no primeiro trimestre, as compras realizadas com cartões atingiram R$ 475,7 bilhões, crescimento anual de 14,1%. Foram 5,8 bilhões de transações, um avanço de 15,3%.

 

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