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06/02/2014 - Competição faz Rede e Cielo perderem mercado em 2013

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Por Felipe Marques | De São Paulo
 
Pouco mais de um ano depois de o Itaú Unibanco desembolsar mais de R$ 10 bilhões para conseguir tirar da bolsa a Rede (então Redecard), a credenciadora de cartões encontra dificuldades para abocanhar mercado dos concorrentes, Cielo e Santander. Em 2013, a Rede capturou 39,6% das transações em cartões do país, ante 40,4% em 2012. No acumulado do ano, a Cielo também perdeu participação e o Santander ganhou.
 
Não que isso abale a confiança do Itaú de que acertou ao trazer a credenciadora para dentro de casa. "Estamos acima do plano de negócios feito na época da aquisição de 100% da Rede", afirmou Roberto Setubal, presidente do Itaú, em entrevista com jornalistas ontem.
 
 
No rastro da mudança de marca, anunciada no segundo semestre do ano passado, a Rede contratou mais 300 funcionários e colocou na mira o comércio de menor porte. São estabelecimentos que, apesar de não trazerem grande volumes para engordar a participação de mercado, costumam ser mais rentáveis para a credenciadora. Este era um segmento mais explorado pelos competidores do que pela Rede.
 
A aposta do Itaú no mercado de cartões justifica-se pelos números robustos do segmento. Em um ano de consumo fraco, as compras com cartão cresceram 18,6%, chegando a R$ 815,2 bilhões. O número foi calculado pelo Valor com base nos resultados das três maiores empresas do segmento, que representam juntas perto de 99% do mercado. A substituição de dinheiro por pagamentos eletrônicos explica o bônus em relação ao desempenho da economia. A Abecs, associação do setor, esperava para 2013 um crescimento de 17%.
 
No consolidado anual, a Cielo foi responsável por capturar 55,2% das transações, e o Santander, 5,2%. Em 2012, as participações estavam em 55,9% e 3,7%, respectivamente.
 
Em teleconferência com analistas na semana passada, a Cielo afirmou que se prepara para perder mercado em 2014, em função de um maior apetite de concorrentes. Segundo o presidente da companhia, Rômulo de Mello Dias, a competição também tende a forçar em 2014 mais uma queda na taxa de desconto cobrada do lojista (MDR, na sigla em inglês).
 
Tanto a Cielo como a Rede tentam ir além do preço na hora de negociar com lojistas. A Cielo, por exemplo, tem reforçado a operação de adiantamento de faturas de cartão. Já a Rede tenta melhorar a relação com o comércio. "Temos feito um esforço grande para melhorar a qualidade dos serviços da Rede", disse Setubal.
 
Se a Rede está de olho nos pequenos, o Santander tenta o caminho oposto. O banco espanhol quer ampliar sua presença em grandes redes, com maiores volumes. O Santander fechou o ano abaixo de sua meta de uma fatia de mercado de 7%, ante os 5,8% que conquistou no quarto trimestre.
 
 

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