Museu do Cartão de Crédito

O Google anunciou nesta quarta-feira (13) que vai começar a oferecer contas-correntes para consumidores nos Estados Unidos, tornando-se o mais recente gigante do mundo da tecnologia a se aventurar no setor financeiro.

O projeto, batizado de Cache, tem previsão de lançamento em 2020 com contas do Citigroup e uma cooperativa de crédito da universidade de Stanford.

O avanço das companhias de tecnologia no setor financeiro é uma forma delas se aproximarem das pessoas e também de coletarem mais dados sobre elas. A Apple lançou, no meio do ano, o seu cartão de crédito. A Amazon já falou com bancos sobre a oferta de contas. E o Facebook está trabalhando em uma moeda digital que a empresa acredita será usada para pagamentos internacionais. Na terça (12), a companhia lançou nos EUA seu sistema de pagamentos, o Facebook Pay.

As ambições representam uma ameaça para empresas tradicionais do mercado financeiro, que temem perder a preferência dos consumidores. As investidas também tendem a gerar questionamentos de reguladores, com críticas sobre o poder exagerado das companhias de tecnologia.

Relação atribulada

A relação entre empresas de tecnologia e instituições financeiras tem sido atribulada, com companhias que, antes apoiavam, e, agora, se afastam do projeto da criptomoeda do Facebook e a Apple promovendo seu cartão de crédito (que é emitido pelo Goldman Sachs) como um produto desenhado por ela, “não por um banco”.

O Google diz querer buscar uma convivência mais harmônica com as instituições financeiras, expondo mais as marcas na nova oferta, e não a sua própria. A companhia ainda não definiu se a conta terá algum tipo de cobrança por uso.

Em uma pesquisa recente feita pela consultoria McKinsey, 58% das pessoas disseram que confiariam em produtos oferecidos pela gigante da internet. O percentual foi maior que o da Apple e do Facebook e menor do que o da Amazon.