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21/10/2019 - Parceria entre BB e Bradesco, banco CBSS vira Digio

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Criado em 2014 por Bradesco e Banco do Brasil, os projetos para o banco CBSS eram modestos. A instituição funcionaria para fazer a parte financeira em uma parceria com a Ibi Promotora de Vendas - que havia sido comprada pelo Bradesco da C&A alguns anos antes - e o plano era manter uma rede relativamente modesta de lojas físicas. Entretanto, o Digio, um projeto piloto de cartão de crédito sem anuidade lançado sem muito alarde pelo CBSS, acabou decolando e agora o banco vai assumir a identidade do filho prodígio.

O CBSS, rebatizado agora de Digio, fica embaixo do guarda-chuva da Elo Participações e é controlado pelo Bradesco, que tem uma participação de 50,01%, e pelo BB, que detém os 49,99% restantes. Comandado por Carlos Giovane Neves, o banco tem atualmente 1,5 milhão de clientes e sonha grande. A depender do apetite dos sócios, que vão ter de realizar novos aportes se quiserem ver o projeto crescer, o CEO diz que é possível chegar a 5 milhões de clientes em um prazo de três anos. “Eu tenho o maior interesse em crescer, e crescer já, porque há demanda”.

Nos anos em que ficou “fazendo a lição de casa”, o CBSS preparou as bases para uma fase de crescimento acelerado e, mais recentemente, fechou parcerias com diversas fintechs, como GuiaBolso, Bom pra Crédito, Geru, Lendico, KeroGrana, FinanZero, entre outras. São 14 parcerias no total, incluindo uma em estágio piloto com a Vivo, para oferecer crédito para os clientes no app da operadora de telefonia. “Nós queremos ser uma ‘bantech’, ou seja, ter a solidez de um banco e a agilidade de uma fintech”, resume Neves.

No novo momento marcado pela mudança de marca, o Digio deve lançar ainda neste trimestre diversos projetos, como a carteira digital Digio Pay, contas de pagamento, empréstimos pessoais e um cartão virtual. No mês passado, foi lançado o programa de fidelidade Digio Club. “Hoje nós temos uma fatia de aproximadamente 30% no crédito digital, que a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) divulgou que foi de R$ 1,2 bilhão em 2018. Atualmente são quase 800 mil pessoas pedindo nosso produto por mês”, comenta Neves.

Mesmo com metas ambiciosas, o CEO do Digio não acredita que terá problemas de concorrência com seus controladores, ainda que o Bradesco já tenha um banco digital, o Next. “É sempre melhor ter dois cavalos na mesma corrida. Suas chances de êxito aumentam”. Segundo ele, a ideia é se tornar uma plataforma financeira “agnóstica”, que distribuirá inicialmente produtos dos sócios, mas posteriormente também de outros bancos.

O CBSS teve prejuízo de R$ 2,264 milhões no primeiro semestre e o resultado deste ano deve ficar positivo em torno de R$ 10 milhões, de acordo com Neves. “Entretanto, se eu acelerar o crescimento, vai piorar o resultado. Num primeiro momento vai consumir capital, mas em breve teremos um leque maior de produtos para tentar rentabilizar o cliente. Se ficasse só no cartão de crédito sem anuidade, como outras fintechs, seria muito difícil fechar a conta”. A carteira de crédito no primeiro semestre era de R$ 1,449 bilhão e o índice de Basileia estava em 13,54%.

O CEO diz que uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) não está descartada e seria um caminho natural no médio prazo. “Existe uma grande janela no mercado para bancos digitais e, dependendo do nosso êxito, existe sim essa possibilidade. Mas vai depender dos acionistas”. Também não está completamente fora da mesa a entrada de um novo sócio, mas Neves diz que só faria sentido se fosse para agregar tecnologia, já que a parte financeira o Digio resolve com seus controladores atuais.

Voltado ao público “millennial”, o Digio tem apostado no patrocínio de shows musicais e feiras de games para tornar sua marca mais conhecida. Uma campanha de marketing mais agressiva, no entanto, ainda depende da definição do orçamento para o próximo ano.

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