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05/08/2019 - Moeda do Facebook pode ser opção estável e inclusiva, diz PayPal

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Por: Flávia Furlan 

O presidente da plataforma de transações online americana PayPal, Dan Schulman, disse hoje que a moeda digital “libra”, anunciada pelo Facebook, embora ainda em estágio preliminar de discussão para desenvolvimento, pode ser uma opção estável e inclusiva para o sistema financeiro, e que deve ser lançada conforme a regulamentação.

Homônima da moeda inglesa ("pound", em inglês), a “libra” será digital e baseada em tecnologias criadas pelo Facebook. A previsão é de que seja lançada no início de 2020 por uma fundação sem fins lucrativos, com sede na Suíça, da qual o PayPal faz parte.

“Nossa obrigação com os reguladores ao redor do mundo é de estar totalmente adequado com todas as regulações. Gastei centenas de milhões de dólares desde que cheguei ao PayPal com compliance e gerenciamento de risco”, disse o executivo a jornalistas, em teleconferência durante evento do PayPal em Nova York.

De acordo com Schulman, existe um potencial do blockchain de viabilizar diferentes formas de moedas, que, em alguns casos, podem ser mais estáveis e trazer acesso a quem está fora do sistema financeiro.

Schulman ressaltou o longo relacionamento do PayPal com o Facebook, para o qual provê serviços de pagamentos. “Quando eles nos abordaram sobre a libra, estava claro para mim que a ideia de potencialmente usar blockchain abre uma avenida para reforçar nossa missão de servir os não bancarizados.”

De acordo com o executivo, ainda há 2 bilhões de pessoas vivendo fora do sistema financeiro tradicional em todo o mundo, sem contar os que estão mal servidos, dos quais as instituições financeiras cobram taxas excessivas. Nos Estados Unidos, ele cita que há mais de 70 milhões de pessoas mal atendidas, que gastam 10% da renda disponível em operações simples, como sacar dinheiro, transferir recursos ou pagar contas.

Segundo Schulman, no ano passado, os americanos gastaram US$ 140 bilhões em taxas e juros desnecessários. “Acredito que a tecnologia pode reduzir custos dramaticamente. Se cortamos de 10% a 20%, podemos retornar bilhões de dólares para quem precisa.” No caso das remessas internacionais, o custo médio associado com essa transação está entre 8% e 9%, mas em carteiras digitais, as taxas caem para algo entre 3% e 4% - e ainda há espaço para melhorar esse custo, segundo o executivo.

Federico Schumacher, diretor-geral para Brasil e México do PayPal, afirmou que a libra é uma tentativa de tornar as criptomoedas um instrumento de pagamento, uma vez que ela tem sido usada mais como investimento. “Temos visto outras criptomoedas, com muita tecnologia, mas que têm sido usadas para investimento, em vez de uma moeda em si.”

De acordo com o executivo, como as criptomoedas oscilam muito, acabaram descartadas para pagamentos. A ideia de se criar uma associação para administrar uma moeda, por sua vez, traz mais estabilidade. “Parte da ideia é basear a libra numa cesta de moedas, em vez de ser algo independente, o que faria ela oscilar muito.”

Para Schumacher, a estratégia do PayPal em participar desse projeto é dar mais opção de escolha ao cliente na hora de pagar — a empresa já tinha incluído criptomoedas na carteira digital no passado, especificamente o bitcoin, mas não teve demanda. Schumacher diz que a moeda tem de ser desenvolvida em associação com ONGs e governos. “Bancos centrais têm de ter certeza de que o dinheiro das pessoas está seguro.”

A repórter viajou a convite do PayPal

 

 

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