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13/06/2018 - Novas soluções podem levar Brasil a 60% de pagamentos por meios eletrônicos

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A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) divulgou hoje (13/06) metas ousadas para a inclusão dos pagamentos eletrônicos no Brasil. Durante o Ciab 2018, evento de tecnologia da informação da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), a entidade afirmou trabalhar com a previsão de que, nos próximos cinco anos, 60% dos pagamentos realizados no país sejam realizados por meios eletrônicos. Ao final de 2017, o percentual era de 32,6%.

Hoje, as transações via cartões de débito, crédito, comércio eletrônico, soluções P2P, entre outras, totalizam R$ 1,36 trilhão, em cerca de 13 bilhões de operações anuais. No primeiro trimestre deste ano, apontou a Abecs, todos esses meios tiveram crescimento: as transações via cartões de débito cresceram 13,6%, as via crédito, 14,6%, e, em cartões pré-pagos, 63%, sobre os três primeiros meses do ano passado. “São crescimentos de dois dígitos em todos os meios, totalmente na contramão do que apresenta a economia”, observou Fernando Chacon, presidente da Abecs e CMO do Itaú Unibanco, em um painel durante o Ciab.

Um avanço considerado chave para aumentar a inclusão de consumidores em meios eletrônicos é o chamado “novo crediário”. Na prática, trata-se de uma nova opção de parcelamento com juros em prazos estendidos, que visa substituir os crediários tradicionalmente realizados com boletos de papel. “Hoje, o modelo parcelado em prazos longos atende à demanda de grandes lojistas. O crediário não vem ocupar esse espaço, mas sim para servir ao pequeno lojista que normalmente não tem caixa para essas grandes operações”, explicou Chacon.

Com a nova modalidade, a Abecs e as empresas de meios de pagamento atenderiam também outras demandas atuais, como o pagamento em prazo mais curto ao lojista - atualmente, os repasses ocorrem de forma gradual apenas 30 dias depois da compra. Segundo o presidente da associação, um projeto piloto será implementado no último trimestre deste ano em algumas áreas do varejo, e a rolagem desse novo financiamento deve acontecer durante o ano de 2019.

Para gerar a demanda por esse tipo de pagamento, a Abecs garante que juros “extremamente competitivos” estarão disponíveis.

Ampliação do débito e P2P

Outra estratégia incentivada será a de permitir pagamentos à distância com cartões de débito. Hoje, no comércio eletrônico e nas compras via dispositivos móveis, apenas o crédito é utilizado. Mudar isso também está sendo endereçado pelas empresas do setor, afirmou Fernando Teles, country manager da Visa, no mesmo painel.

“É só imaginar a quantidade de pessoas que não têm cartão de crédito, ou que não querem usar esse limite, e consequentemente não podem comprar pela internet. Há uma fronteira grande a explorar, que demanda investimento e também aprendizado pelo consumidor”, disse. Há, segundo ele, também um projeto piloto sendo preparado para permitir a transação via débito em pagamentos recorrentes, como os serviços de transporte compartilhado e streaming de vídeo.

Complementando essa nova oferta, estariam os pagamentos P2P, que acontecem diretamente entre as partes. Atualmente, o modo mais usado são as transferências bancárias, como TED e DOC, que sofrem restrições de horários e taxas. Mas há diversas formas a se pensar para implementar novas e mais simples soluções, segundo Fernando Teles.

“Uma das possíveis alavancas é a telefonia celular, para que o pagamento possa ser disparado do telefone para uma lista de contatos. A questão aí é ver qual seria a chave para identificar os participantes, se é o numero de telefone, o e-mail, número do cartão. E garantir que, para quem recebe o dinheiro, haja uso para os valores, e ele não tenha que ir ao caixa eletrônico sacar”, explicou.

Benefícios

A maior segurança nas operações financeiras e a economia de custos administrativos e de fraudes são as principais vantagens de se incentivar os meios eletrônicos de pagamento, de acordo com o presidente da Abecs. "Os benefícios são claros: aumenta eficiência do sistema, gerando segurança e rastreabilidade para as transações, e reduzem-se as perdas com cheque sem fundo, roubos e falhas logísticas”, ressaltou Chacon, lembrando também que seria possível acrescentar R$ 59 bilhões à arrecadação de impostos com a utilização desses meios.

Embora o dinheiro ainda represente a maior parte das transações, com pouco mais de 40% do total, outros meios não eletrônicos já vêm caindo. É o caso dos cheques, cujo valor movimentado caiu 24% nos últimos dez anos, de R$ 990 bilhões para R$ 750 bilhões. “Apesar disso, os cheques devolvidos geraram um prejuízo de R$ 315 bilhões nesse período”, lembrou o presidente da Abecs

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