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27/10/2017 - Abecs estuda cartão para reduzir prazo de repasse a lojista

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A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) negocia com o Banco Central o lançamento de produtos com prazo reduzido de pagamento aos lojistas, segundo o presidente da entidade, Fernando Chacon. O executivo, também diretor-executivo de marketing e relações institucionais do Itaú Unibanco, não forneceu detalhes.

Desde o fim do ano passado o governo estuda formas para diminuir o prazo de pagamento dos bancos emissores aos lojistas que vendem com cartões e que hoje gira em torno de 30 dias. Mas a discussão perdeu força com a mudança nas regras do rotativo do cartão de crédito, que entraram em vigor em abril. Desde então, os clientes não podem ficar mais do que 30 dias no rotativo. Passado esse período, os bancos têm de oferecer o parcelamento do saldo remanescente em condições mais vantajosas.

Apesar de a alteração no prazo de recebimento do lojista não ter saído da agenda do governo, a percepção era de que isso não ocorreria neste ano, uma vez que os ajustes em termos de tecnologia e de estrutura tarifária seriam expressivos e não haveria tempo hábil para tocá-los.

Chacon disse ontem que, atualmente, o setor de cartões tem acordos com varejistas e também existe a possibilidade de antecipação desses pagamentos. Mas ele afirmou que estão sendo estudadas formas para reduzir o prazo.

A solução, indicou, poderia ser a criação de um meio de pagamento com prazos diferentes. "Poderia ser um novo produto, já com a modalidade de prazos mais curtos", disse, sem dar detalhes. "Reduziria o prazo ao lojista e beneficiaria o consumidor."

Quando as discussões se iniciaram, o setor de cartões avaliava como uma possível solução fazer com que a redução do prazo de pagamento ao lojista caminhasse junto com alterações em outro produto caro ao consumidor brasileiro: o parcelado sem juros - visto pelo setor como a "jabuticaba das jabuticabas". A modalidade corresponde a cerca de metade das compras feitas com cartão de crédito.

Ontem a Abecs assinou um acordo de cooperação com o BC para a educação financeira dos consumidores. A primeira iniciativa será uma campanha na internet e mídias sociais a ser lançada na segunda-feira, 23, para incentivar o uso consciente dos cartões. Do custo total de R$ 350 mil, a Abecs pagará R$ 200 mil e o BC, R$ 150 mil.

O foco da campanha são as classes C, D e E, que, segundo uma pesquisa do Datafolha encomendada pela Abecs, têm menos conhecimento do funcionamento dos cartões de crédito. "Não basta a bancarização", disse o diretor de relacionamento institucional e cidadania do BC, Isaac Sidney. " É necessário que a inclusão financeira se dê com qualidade."

Chacon afirmou que a entidade já vinha fazendo campanhas para conscientizar as classes menos favorecidas. "A parceria com o regulador dá um reforço a essa campanha, que ganha uma exposição muito maior, chegando à população que precisa de informações", disse.

A pesquisa do Datafolha mostra que 21% dos consumidores que usam cartões de crédito consideram que a última fatura veio acima do que podiam pagar. Esse percentual sobe a 33% nas classes D e E.

A pesquisa mostra, ainda, que 15% dos consultados tiveram faturas que representavam mais de 50% de seu orçamento. Uma fatia de 35% dos entrevistados disse reconhecer ter feitos compras em excesso; 17% consideram que os juros são altos e 10% afirmaram acumular dívidas e parcelas.

 

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