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06/07/2016 - Futuro das trocas virtuais vai eliminar o intermediário

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Por Jacilio Saraiva  | Para o Valor, de São Paulo

O crescimento do e-commerce está forçando o setor de meios de pagamentos a criar tecnologias para não perder consumidores diante das vitrines on-line. Somente no último dia dos namorados, o faturamento do varejo eletrônico alcançou R$ 1,6 bilhão, um aumento de 16% na comparação com a data de 2015, segundo a e-bit, especializada em informações do setor. A ideia da indústria é facilitar as compras e garantir segurança na hora das transações. Além de inovações pilotadas pelas bandeiras de cartão de crédito, como Visa e Mastercard, o segmento de bitcoins começa a despontar como alternativa ao sistema padrão.

Segundo pesquisa da consultoria Accenture sobre o consumo na web na América do Norte, 79% dos donos de smartphones usam os aparelhos durante as compras. "Estamos diante de um novo cenário de consumo, com usuários mais bem informados e sensíveis a preço", explica Edlayne Altherman Burr, líder de banking da Accenture Strategy para a América Latina. O levantamento mostra que a parcela de consumidores que não conhecia as tecnologias que transformam o celular em uma ferramenta de compra caiu de 27%, em 2012, para 11%, em 2015.

Para a especialista, as tendências na indústria de meios de pagamentos apontam para a consolidação do m-payment, ou pagamento móvel, e o uso das moedas virtuais. "Os bitcoins já são uma realidade e têm espaço na economia", avalia Edlayne.

Para se ter uma ideia, o número de transações de bitcoins saiu de zero, em janeiro de 2009, para 120 mil operações em abril de 2015, segundo o documento da consultoria. "A tecnologia blockchain vai viabilizar o uso e a transferência do dinheiro digital", diz.

A grande vantagem do blockchain é que não há intermediários, os ativos são transferidos diretamente entre pessoas e organizações, sem custos, explica João Paulo Oliveira, diretor da corretora Foxbit, há pouco mais de um ano em operação no Brasil. Em 2015, a startup, que compra e vende bitcoins, movimentou R$ 113 milhões. A expectativa para 2016 é chegar a R$ 300 milhões. Este mês, ganhou um novo sócio, o executivo Bernardo Faria, ex-diretor de operações da Acesso, de cartões pré-pagos.

Diante do avanço do mercado de transações digitais, as empresas de cartões de crédito não pretendem ficar paradas, segundo Paulo Frossard, vice-presidente de desenvolvimento de negócios para a América Latina e Caribe da Mastercard. "Em breve, vamos pagar tudo sem tirar o plástico do bolso, usando apenas o celular", disse o executivo, durante palestra do Cards Payment & Identification 2016, feira de tecnologia para o setor de pagamentos, realizada este mês, em São Paulo.

Uma das novidades da bandeira é a carteira digital MasterPass, que armazena no smartphone informações de cartões de crédito, débito e pré-pagos, e dispensa o consumidor de inserir todas as informações pessoais antes de concluir as compras na internet. Grandes varejistas, como Renner e Casa & Construção, já aderiram à facilidade.

Marcelo Sarralha, diretor de produtos da Visa do Brasil, lembra que o m-commerce (venda por plataformas móveis) cresce três vezes mais rápido do que o e-commerce, ao ano. "Mais de 14% das vendas on-line já são feitas com dispositivos sem fio", diz.

Neste mês, a empresa apresentou um protótipo de um anel que faz pagamentos. O dispositivo será testado durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, com 45 atletas. Vem com um microchip produzido pela holandesa Gemalto e uma antena embutida com a tecnologia NFC (de comunicação por aproximação, da sigla em inglês). A ideia é que os usuários possam pagar contas apenas tocando o acessório em um terminal NFC.

Outra aposta é a solução Visa Checkout, criada nos EUA em 2014 e em atividade no Brasil desde outubro de 2015. "O serviço terá expansão garantida este ano, no país", avisa Sarralha. O conceito é permitir a realização de transações pela internet de maneira mais rápida, clicando apenas em um ícone de pagamento que aparece na página web das lojas. "Com isso, não será mais necessário preencher cadastros, a cada compra, com os dados do cartão do usuário." (JS)

		

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